Megaoperação no Rio expõe a força e a brutalidade do Comando Vermelho - Estado do Pará Online

Megaoperação no Rio expõe a força e a brutalidade do Comando Vermelho

A ação das forças de segurança deixou, até o momento, 134 mortos e 113 presos, entre eles lideranças de diversos estados. Investigações revelam o uso de aplicativos para torturas e execuções ordenadas à distância.

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O secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi, classificou a operação da última terça-feira (28) como o golpe mais duro já desferido pelo Comando Vermelho. Segundo ele, o impacto atinge diretamente a estrutura de poder e comunicação da facção.

“Foi o maior baque que o Comando Vermelho já tomou, com perdas de armas e lideranças”, afirmou Curi. O secretário destacou que o grupo expandiu as ramificações e hoje está presente em 70% das favelas do estado.

Os números da operação impressionam: 113 presos, sendo 33 vindos de outros estados, 10 menores apreendidos, 91 fuzis, 26 pistolas, 1 revólver e toneladas de drogas ainda sendo contabilizadas. De acordo com as autoridades, os resultados são fruto de meses de investigações sobre o comando interno da organização.

As apurações mostram que os chefes da facção criaram grupos em aplicativos de mensagens para centralizar decisões e controlar o cotidiano das comunidades dominadas. Nessas conversas, são definidas desde escalas de vigilância até ordens de tortura e execução.

O traficante Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca ou Urso, é apontado como o líder que recebia relatórios diretos dos subordinados. Já Juan Breno Ramos, o BMW, era o responsável por aplicar punições violentas, transmitidas em tempo real por videochamadas.

Em um dos vídeos analisados, o criminoso Gadernal exibe a tortura de um morador arrastado pelas ruas da comunidade. Em outro caso, mulheres são forçadas a entrar em galões de gelo como castigo por brigas em bailes funk. Espancamentos e execuções também faziam parte do repertório de terror imposto pela quadrilha.

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Um dos episódios mais brutais envolve Aldenir Martins do Monte Júnior, arrastado por sete minutos enquanto era obrigado a delatar rivais. BMW debochava da vítima durante a sessão e chegou a chamar Gadernal por vídeo para assistir ao ato. Aldenir permanece desaparecido, e a polícia acredita que ele tenha sido morto.

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Curi reforçou que, apesar do cenário de violência, as forças estaduais seguirão atuando mesmo diante de limitações. “Esta facção já está presente em praticamente todos os estados do Brasil, trazendo as lideranças para se esconderem aqui nesses QGs”, disse o secretário, destacando que o objetivo é desarticular os núcleos de comando da organização.

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