O evento de posse do Senador Beto Faro como presidente estadual do PT no Pará, na última sexta-feira, 5, foi marcado por um ato de manifestação do Movimento “Lixão Aqui Não”, que visa impedir que seja instalado um lixão no município de Bujaru, na região nordeste do Pará, e que vai afetar também a população do município do Acará.
Nas imagens cedidas à reportagem do Estado do Pará Online (EPOL), é possível ver os manifestantes sendo impedidos de subir no palco onde estavam as lideranças do Partido dos Trabalhadores. Nesse momento, iniciou uma intensa discussão, com a chegada de seguranças de uma empresa privada contratada pelo PT.
Militantes do partido afirmam que o protesto foi muito bem organizado e interrompeu a cerimônia de posse dos novos dirigentes, entre eles, o presidente estadual reeleito, senador Beto Faro e o novo presidente municipal, o deputado estadual Carlos Bordalo.
Em outro momento, é possível ver uma pessoa ligada ao Partido conversando com os manifestantes e dizendo que não será possível atender o pedido deles. Em resposta, a população começa a gritar: “queremos ser ouvidos”.
Em contato com a reportagem do EPOL, o Movimento “Lixão, Aqui Não” explicou que a iniciativa de ir ao evento do PT aconteceu após a reunião com o Senador Beto Faro ter sido desmarcada pela Deputada Estadual, e esposa dele, Dilvanda Faro.
No último dia 6 de setembro havia uma reunião agendada com o Senador (Beto Faro) para receber as lideranças do movimento ‘Lixão aqui não!’. Porém no dia 4, alegando motivos de saúde e necessidade de repouso absoluto do Senador, a Deputada Dilvanda Faro desmarcou a reunião. No dia seguinte, (eles) estavam participando de um evento de posse do PT regado a cerveja e banda ao vivo”, explicou o movimento, que em seguida completou:
Ao receber a notícia, a população se revoltou e saiu do Acará para ir até Belém protestar contra o descaso do Senador, que é filho da terra de Acará e tem como vice prefeito do município o seu filho Yuri Faro”.
Em agosto, houve uma audiência pública com mais de quatro mil pessoas e que, segundo relatado pelo Movimento, serviu para “atrasar” a instalação do lixão em Bujaru. “Duas empresas querem se instalar para construir aterros sanitários. Uma no município do Bujaru, porém com impactos direto ao Acará, e outra dentro do município de Acará. São dois aterros com impactos no mesmo município”, disse.
A área que está sendo requerida para a instalação do aterro sanitário abrange mais de 20 nascentes de água e com mais de 140 equitares de floresta.
A reportagem do Estado do Pará Online (EPOL) entrou em contato com a assessoria de comunicação do Partido dos Trabalhadores (PT) para repercutir o assunto. Mas até o momento não tivemos retorno.
Em agosto, o Ministério Público Federal recomentou ao Governo do Pará e à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) que fossem consultadas as comunidades quilombolas e ribeirinhas que habitam na região escolhida para abrigar o aterro sanitário, conforme determina a Consulta Prévia, Livre e Informada (CPLI), prevista em acordo internacional.
Ainda segundo relatos do Movimento “Lixão, Aqui não”, há uma pressão para que o poder público libere a licença prévia para a instalação do aterro na área do município do Acará, onde, segundo eles, “não há viabilidade ambiental”.
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