A Polícia Civil, por meio da Divisão Especializada no Atendimento à Mulher, indiciou, nesta semana, o lutador de jiu-jitsu Anderson Navarro por agredir, perseguir e ameaçar a ex-companheira, a jornalista Ligiane Alencar, em Belém. As agressões contra a vítima iniciaram em março deste ano, após o ex-casal passar a morar juntos.
Segundo Ligiane, embora o relacionamento tenha iniciado no começo de 2024, o ciclo de violência passou a ocorrer este ano. Os episódios começaram após ela revelar à mãe do lutador que ele mantinha contato com um antigo conhecido. A partir daí, a violência se intensificou: socos, tapas, chutes, golpes de jiu-jitsu, inclusive um “mata-leão”, além de ameaças de morte com faca no pescoço.

Vídeos gravados pela própria vítima mostram as marcas deixadas pelas agressões, mas, mesmo diante das provas contundentes, Anderson segue em liberdade. Ligiane clama pela prisão do agressor e teme pela própria vida.
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Ligiane também relatou que o agressor quebrou móveis, invadiu o apartamento diversas vezes e chegou a drogar sua cachorrinha. Ao perceber o risco de possível feminicídio, buscou socorro na casa de vizinhos e, em seguida, registrou ocorrência na delegacia.
Mesmo assim, o suspeito ainda não foi preso. “O fato dele estar solto me causa pânico. Recentemente o encontrei na rua, e me senti ameaçada. Pela lei, ele é considerado uma arma branca, por dominar técnicas de luta”, relatou.
A advogada Kelly Garcia, que representa a vítima, acompanha o caso de perto e ressalta a gravidade da situação:
“Trata-se de um típico caso de violência doméstica e de gênero. Minha cliente tentou encerrar um relacionamento abusivo e passou a correr risco de morte. Não se trata de falha da Lei Maria da Penha, que é clara, mas de uma interpretação equivocada no momento em que a vítima buscou a delegacia. Diante do flagrante, caberia uma medida mais drástica contra o acusado. Agora, precisamos aguardar a conclusão do inquérito instaurado na DEAM para avaliar as providências jurídicas cabíveis”, detalhou.
O caso segue em investigação pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM). Enquanto isso, a jornalista continua em busca de justiça e de medidas que assegurem sua integridade física e psicológica.
O EPOL entrou em contato com a defesa de Anderson e aguarda retorno.
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