O presidente Lula (PT) afirmou neste domingo (3) que o Brasil não aceitará pressões dos Estados Unidos e defendeu a criação de uma moeda alternativa ao dólar para o comércio internacional. A declaração ocorre em meio à aplicação de tarifas de até 50% pelos EUA sobre produtos brasileiros, medida que afeta cerca de 36% das exportações nacionais.
Durante discurso em Brasília, Lula destacou que o país tem interesses econômicos e estratégicos que precisam ser respeitados. “Nós não somos uma republiqueta. Tentar colocar um assunto político para nos taxar economicamente é inaceitável”, disse o presidente, em referência à possível relação entre as tarifas e o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
Embora tenha reafirmado o interesse em manter relações diplomáticas com o Governo Americano, Lula sugeriu que o Brasil já não depende tanto dos EUA como no passado. “Estamos muito mais tranquilos do ponto de vista econômico. Mas a relação diplomática com os Estados Unidos, que já dura 201 anos, deve ser preservada.”
Na sexta-feira (1), o presidente norte-americano Donald Trump declarou que está disposto a conversar com Lula “quando ele quiser”. Em resposta, Lula afirmou nas redes sociais que o Brasil está aberto ao diálogo, mas que “quem define os rumos do Brasil são os brasileiros e suas instituições”.
Após o anúncio do tarifaço, representantes dos governos brasileiro e norte-americano iniciaram conversas técnicas. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, um pacote de medidas para apoiar empresas afetadas deve ser divulgado nos próximos dias.
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