Lideranças da Amazônia e da América Latina se reúnem em Santarém antes da COP30 - Estado do Pará Online

Lideranças da Amazônia e da América Latina se reúnem em Santarém antes da COP30

Evento vai reunir representantes de comunidades tradicionais e movimentos sociais que viajam em caravanas fluviais e terrestres rumo a Belém, onde será realizada a conferência do clima da ONU.

De 26 a 30 de outubro, Santarém (PA) vai receber lideranças indígenas, quilombolas, ribeirinhas e ativistas de vários países da América Latina para o Encontro Global das Caravanas, uma grande mobilização popular que prepara ações conjuntas para a COP30, conferência do clima que será realizada em Belém em 2025.

As chamadas “caravanas” são grupos que viajam por rios e estradas, vindos das cinco Amazônias — brasileira, colombiana, equatoriana, peruana e boliviana — além de outros países latino-americanos como México e Panamá. O objetivo é conectar comunidades e movimentos sociais que enfrentam os impactos da crise climática e defender o acesso direto a recursos para quem protege as florestas.


Santarém como ponto de encontro

Durante cinco dias, o Encontro Global vai transformar Santarém em um espaço de debates, trocas culturais e articulação política entre os povos da floresta e ativistas urbanos.
Os participantes vão discutir temas como financiamento climático, autonomia dos povos e decolonização financeira, além de produzir faixas, manifestos e expressões artísticas que seguirão viagem para Belém.

Entre as lideranças confirmadas estão Val Munduruku, Sara Lima e Matsi Waura, além de representantes das caravanas da América Latina, como Emil e Lucía (Equador), Xiomara (Colômbia), Mario e Dianx (México) e Iniquilipi (Panamá).


O barco da floresta

O encerramento do encontro será marcado por uma travessia fluvial de Santarém a Belém, que começa em 30 de outubro e deve durar dois dias.
Mais de 200 representantes de comunidades e movimentos sociais embarcarão em um barco que simboliza a união dos povos da Amazônia e o caminho coletivo até a COP30.

Durante o trajeto, os participantes levarão cantos, cartazes e mensagens produzidas no encontro — um cortejo pelas águas do Tapajós e do Amazonas em defesa da justiça climática.


Financiamento direto para quem protege a floresta

O encontro também marca o lançamento da campanha “A Gente COBRA: Financiamento Climático Direto para Quem Cuida da Floresta”, que propõe que metade dos recursos dos fundos climáticos seja destinada diretamente a povos indígenas e comunidades tradicionais.
A proposta defende menos burocracia, mais autonomia e regras adaptadas às realidades locais.

Entre as organizações envolvidas estão Artivist Network, Engajamundo, Oxfam, Escola de Ativismo, Parede Viva e Instituto Procomum, além de coletivos comunitários e juventudes urbanas da Amazônia.