Justiça cassa mandatos da prefeita e do vice de Oeiras do Pará por abuso de poder nas eleições de 2024 - Estado do Pará Online

Justiça cassa mandatos da prefeita e do vice de Oeiras do Pará por abuso de poder nas eleições de 2024

Decisão aponta contratações irregulares, uso indevido de combustíveis e caixa dois; novas eleições serão convocadas no município.

A Justiça Eleitoral da 45ª Zona de Oeiras do Pará cassou, nesta quinta-feira (19), os diplomas da prefeita Gilma Drago Ribeiro (PP) e do vice-prefeito Ivail Araújo da Silva (Republicamos), por abuso de poder político e econômico nas eleições municipais de 2024. A decisão foi proferida pelo juiz Marcello de Almeida Lopes e tem execução imediata, embora ainda caiba recurso ao Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA).

De acordo com a sentença, houve contratação em massa de servidores temporários entre fevereiro e julho de 2024, elevando o número de contratados de 719 para 1.438. No mesmo período, os gastos com pessoal ultrapassaram em mais de R$ 6 milhões o limite estabelecido na Lei Orçamentária.

Outro ponto destacado na decisão foi o uso irregular de combustíveis da Secretaria de Saúde em atos de campanha eleitoral. Em apenas 45 dias do período eleitoral, foram gastos R$ 526 mil em combustíveis, parte dos quais teria sido usada em carreatas, motociatas e barqueatas promovidas pela candidatura de Gilma. Testemunhas relataram, inclusive, o abastecimento gratuito de motos de apoiadores.

A Justiça também apontou outras irregularidades, como:

  • Contratações e demissões fora do prazo legal;
  • Pagamento excessivo de horas extras;
  • Falta de comprovação de despesas;
  • Omissão de gastos com materiais de campanha, como bandeiras sublimadas;
  • Indícios de caixa dois eleitoral.

Como consequência da decisão, a Justiça determinou:

  • A cassação dos diplomas da prefeita e do vice-prefeito;
  • A inelegibilidade de Gilma Drago Ribeiro por 8 anos;
  • A aplicação de multa de 5 mil UFIRs;
  • A realização de novas eleições em Oeiras do Pará.

O Ministério Público foi comunicado para apurar possíveis crimes eleitorais e atos de improbidade administrativa.

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