Jornalista comenta a boa fase do cinema brasileiro e a dor de cotovelo dos que torcem contra o Brasil

Jornalista elogia Wagner Moura e Kleber Mendonça Filho por “Agente Secreto” e alfineta quem desmerece o cinema nacional.

O jornalista Leonardo Sakamoto, colunista do UOL, usou sua mais recente coluna para comentar a consagração do filme “Agente Secreto”, dirigido por Kleber Mendonça Filho e estrelado por Wagner Moura, no Festival de Cannes. A produção brasileira levou os prêmios de melhor direção e melhor ator, em um fim de semana marcante para o cinema nacional.

Segundo Sakamoto, o filme vai além de uma simples narrativa sobre a ditadura militar. Para ele, “Agente Secreto” é uma denúncia contundente sobre as dificuldades de se viver com dignidade em um cenário tomado por corrupção, violência e omissões históricas.

O jornalista também ironizou os críticos do cinema brasileiro, especialmente aqueles que se dizem patriotas, mas desdenham da cultura nacional. “Deve estar sendo difícil para o pessoal que, apesar de se autoproclamar patriota, enrola-se feito panqueca na bandeira dos Estados Unidos e costuma chamar a cultura brasileira de lixo, quando ela sobe ao mais alto degrau por sua excelência”, escreveu.

Sakamoto destacou que são justamente esses críticos que tratam o Brasil como lixo, ao negar, segundo ele, o valor técnico e artístico do país. “Nublados por sua militância, eles ignoram que temos capacidade de produzir obras dignas de reconhecimento internacional”, afirmou.

O colunista também pontuou que o sucesso em Cannes deve servir como alerta para que os “tempos sombrios” não retornem. “É muito bom que o Brasil se acostume a torcer anualmente por seus filmes, como faz a cada quatro anos por sua seleção”, argumentou.

Por fim, ele exaltou Wagner Moura, elogiando tanto seu talento quanto sua postura ética. E alfinetou o futebol brasileiro: “É triste depender de jogadores hedonistas, que não fazem jus aos que vieram antes deles, para serem o rosto do país no exterior”, concluiu.

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