Jaderzinho teve o maior corte entre os ministros de Lula: 741 milhões

Apesar de propagandear que tem muito prestígio junto a Lula, o ministro das Cidades foi o mais atingido pelos cortes bilionários no orçamento de 13 ministérios. Além disso, suas promessas de investimento em programas habitacionais não devem ser cumpridas, diante dos bloqueios impostos pelo governo federal.

Fotos Túlio Vidal. Reprodução.

Os orçamentos dos ministérios das Cidades e dos Transportes foram os mais atingidos pelos cortes da equipe econômica para viabilizar o arcabouço fiscal.

Na quinta-feira (28), o Governo Federal detalhou os cortes no orçamento deste ano, com o objetivo de cumprir os limites do arcabouço fiscal. Os ministérios das Cidades e dos Transportes são os mais afetados, com um bloqueio de R$ 2,9 bilhões cada.

Comandado por Jader Filho (MDB), conhecido em Brasília como “Jaderzinho”, o Ministério das Cidades foi o mais atingido pelo contingenciamento imposto pela equipe econômica do governo federal, com um bloqueio de R$ 741,74 milhões em seu orçamento.

O corte atinge em cheio as promessas feitas por Jader Filho que anunciou em dezembro do ano passado que seu ministério iria superar a meta de 2 milhões de casas do Minha Casa, Minha Vida até o final do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O anúncio do bloqueio total já havia sido feito na semana anterior pelo Governo. Para este ano, a previsão é de um déficit de R$ 9,3 bilhões. O ministério do Desenvolvimento Social também sofreu um forte impacto, com um corte de R$ 281 milhões. Por outro lado, áreas como educação e saúde não foram afetadas.

Os cortes foram feitos nos gastos discricionários dos ministérios, ou seja, aqueles não obrigatórios, como emendas parlamentares. Os gastos de custeio, como energia elétrica e água, serão mantidos.

Essa medida foi tomada devido ao limite de gastos estabelecido pelo arcabouço fiscal, que visa evitar um aumento da dívida pública e uma piora nos juros cobrados dos investidores. Entre as regras aprovadas para controlar as contas públicas, está a limitação do crescimento das despesas acima de 70% do crescimento da arrecadação, e um aumento máximo de 2,5% ao ano em termos reais.

CONFIRA A LISTA DE BLOQUEIO POR MINISTÉRIO
  1. Ministério das Cidades: R$ 741,74 milhões
  2. Ministério dos Transportes: R$ 678,97 milhões
  3. Ministério da Defesa: R$ 446,48 milhões
  4. Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social: R$ 281,66 milhões
  5. Ministério da Integração: R$ 179,79 milhões
  6. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação: R$ 118,79 milhões
  7. Ministério da Agricultura: R$ 105,49 milhões
  8. Ministério da Fazenda: R$ 94,39 milhões
  9. Ministério das Relações Exteriores: R$ 69,29 milhões
  10. Ministério da Justiça e Segurança Pública: R$ 65,59 milhões
  11. Ministério dos Portos e Aeroportos: R$ 52,29 milhões
  12. Ministério do Planejamento e Orçamento: R$ 37,09 milhões
  13. Ministério da Gestão e Inovação: R$ 36,29 milhões

Déficit de R$ 9,3 bilhões previsto para 2024

A equipe econômica do Governo Federal também divulgou que, mesmo com os cortes, não será possível zerar o déficit nas contas neste ano. O relatório que avalia receitas e despesas estima um déficit de R$ 9,3 bilhões.

No ano passado, uma série de medidas foi aprovada para aumentar a arrecadação federal, com o objetivo de alcançar um aumento de R$ 168,5 bilhões em 2024. No entanto, ainda há a possibilidade de um déficit de até R$ 28,8 bilhões em 2024. Em 2021, o Brasil teve o segundo pior resultado da série histórica, com um déficit primário de R$ 230,5 bilhões.

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