Influencer é criticada após chamar área de alimentação do Ver-o-Peso de 'dos pobres' em Belém - Estado do Pará Online

Influencer é criticada após chamar área de alimentação do Ver-o-Peso de ‘dos pobres’ em Belém

Vídeo que prometia mostrar a “realidade” da maior feira a céu aberto da América Latina foi acusado de preconceito e desconhecimento sobre o patrimônio cultural paraense.

Um vídeo publicado nas redes sociais gerou forte repercussão em Belém nesta semana. Nele, a influenciadora Ana Nunes percorre o Ver-o-Peso afirmando que muitas pessoas “mostram apenas o lado bonitinho” do local e que seu objetivo seria revelar a “verdadeira realidade” da feira. A proposta, no entanto, foi duramente criticada por paraenses e frequentadores do espaço, que classificaram o conteúdo como ofensivo e carregado de preconceito.

Durante o registro, a influenciadora reclama do cheiro e da estética do Ver-o-Peso, chegando a se referir à área de alimentação como um espaço “dos pobres”. Ela também critica o fato de “ser tudo aberto”, ignorando justamente o elemento que faz do mercado um símbolo reconhecido nacional e internacionalmente: trata-se da maior feira livre a céu aberto da América Latina, patrimônio histórico, cultural e turístico do Pará.

Para quem vive o cotidiano do Ver-o-Peso, o vídeo não expõe problemas estruturais, mas o desconhecimento de quem não compreende sua relevância econômica e social. O mercado é responsável por sustentar milhares de famílias, movimentar a gastronomia amazônica e preservar tradições seculares ligadas à pesca, ervas medicinais, artesanato e culinária regional.

Nas redes, a resposta foi imediata: o conteúdo que se apresentava como “realidade” foi visto como uma visão distorcida e preconceituosa sobre um espaço que faz parte da identidade paraense. Comentários destacaram que a crítica não mostra o Ver-o-Peso como ele é, mas como alguém desinformado tenta reduzi-lo.

O episódio reacendeu um debate recorrente: quando a tentativa de “mostrar a verdade” esconde, na verdade, falta de conhecimento e respeito com a cultura local.

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