Indígenas da etnia Parakanã, no sudoeste do Pará, denunciam que a comunidade tem sido alvo de ataques de pistoleiros armados com metralhadoras. O mais recente ocorreu na madrugada de quarta-feira (19), por volta das 2h. O caso está sob investigação da Polícia Federal (PF), após denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF).
Uma audiência judicial sobre o caso está marcada para esta segunda-feira (24).
Ameaças constantes
De acordo com os relatos dos indígenas, os ataques estão ligados a conflitos fundiários na região e são supostamente comandados por fazendeiros que disputam terras na TI Apyterewa. Eles temem pela segurança da comunidade, que abriga crianças e idosos.
A região já passou por uma operação de desintrusão do governo federal para a retirada de invasores. No entanto, a presença de grupos armados ainda ameaça a segurança dos indígenas.
Histórico de violência e desmatamento
A TI Apyterewa foi homologada em 2007 e cobre uma área de 773 mil hectares no município de São Félix do Xingu (PA). A terra indígena já esteve entre as mais desmatadas do Brasil, sendo alvo constante de grilagem e exploração ilegal.
Imagens de satélite divulgadas pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) mostram que a TI Apyterewa teve o maior desmatamento do país por quatro anos consecutivos. Entre 2020 e 2022, a devastação na área foi superior ao tamanho da cidade de Fortaleza (CE).
Preocupação com novos ataques
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou uma nota afirmando que os indígenas estão “muito abalados e com grande medo de que os ataques continuem”.
O MPF já havia enviado um ofício à PF na sexta-feira (21), pedindo a inclusão dos novos ataques no inquérito policial que investiga os casos de violência contra os Parakanã.
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