Indígenas completam sete dias de ocupação na Seduc em Belém

A ocupação já conta com mais de 300 participantes, incluindo representantes de diversas etnias.

Na manhã desta segunda-feira (20), novos grupos indígenas chegaram a Belém para reforçar a ocupação da Secretaria de Educação do Estado do Pará (SEDUC), que já dura uma semana. As lideranças exigem a revogação da Lei 10.820/2024 e a demissão do Secretário de Educação, Rossieli Soares.

O protesto foi motivado por cortes no financiamento da educação para comunidades indígenas e quilombolas, com os manifestantes alegando que a nova legislação compromete o ensino presencial, substituindo-o por aulas online. Essa mudança é vista como uma ameaça à educação nas aldeias, onde muitos alunos não falam português e enfrentam dificuldades de acesso à internet.

As associações APYEUFPA e ADQUFPA convocaram estudantes indígenas e quilombolas para fortalecer a ocupação, ressaltando a importância da educação pública como ferramenta de transformação social. A luta busca garantir os direitos dos povos tradicionais e a continuidade do Sistema Modular de Ensino (Some), essencial para as comunidades remotas.

Desde o início da ocupação, os manifestantes enfrentaram resistência do governo, que nega o encerramento do Some. No entanto, líderes indígenas afirmam que sem esse sistema, a educação escolar indígena estaria condenada à extinção. Eles destacam que as aulas virtuais não atendem às necessidades culturais e linguísticas das comunidades.

A situação se intensificou com a adesão de professores em greve e bloqueios em rodovias, evidenciando um movimento unificado em defesa da educação pública. A ocupação já conta com mais de 300 participantes, incluindo representantes de diversas etnias.

Os indígenas criticam a falta de diálogo por parte do governo e denunciam atos de violência e censura durante os protestos. A deputada federal Luciene Cavalcante também se manifestou, pedindo ações emergenciais para proteger os direitos educacionais dos povos indígenas.

A mobilização continua sem previsão de término, até que suas demandas sejam atendidas. Os manifestantes afirmam que não desistirão até que a lei seja revogada e seus direitos educacionais garantidos.

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