Ideflor-Bio alerta sobre períodos de defeso do caranguejo-uçá no Pará

O defeso é uma estratégia crucial para preservar o período reprodutivo do caranguejo-uçá. Nesse período, a captura, transporte, armazenamento e comercialização da espécie são proibidos. Confira as datas:

Foto: Pedro Guerreiro / Ag. Pará

O Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio) anunciou os períodos de defeso do caranguejo-uçá (Ucides cordatus) no Estado para 2025. Este ano, as restrições serão aplicadas em cinco intervalos: de 30 de dezembro de 2024 a 4 de janeiro de 2025; de 13 a 18 de janeiro; de 29 de janeiro a 3 de fevereiro; de 27 de fevereiro a 4 de março; e de 29 de março a 3 de abril. A medida segue a Portaria Interministerial nº 22, que regula a proteção da espécie em diversos estados do Brasil.

O defeso é uma estratégia crucial para preservar o período reprodutivo do caranguejo-uçá, conhecido como “andada”, quando os animais deixam suas tocas para acasalar. Nesse período, a captura, transporte, armazenamento e comercialização da espécie são proibidos.

De acordo com Nilson Pinto, presidente do Ideflor-Bio, o defeso é indispensável para a conservação da biodiversidade e a sustentabilidade econômica de milhares de famílias que dependem da captura do caranguejo. “Essa medida é essencial para garantir a renovação dos estoques e preservar os manguezais, ecossistema onde o caranguejo-uçá desempenha um papel fundamental. Contamos com o apoio de todos para respeitar essa norma,” destacou.

A fiscalização será intensificada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), com o objetivo de coibir irregularidades e garantir o cumprimento das normas. Paralelamente, o Ideflor-Bio está promovendo ações educativas em comunidades ribeirinhas e feiras, buscando conscientizar a população sobre a importância de proteger o caranguejo-uçá.

Foto: Pedro Guerreiro / Ag. Pará

Cultura e economia
Hugo Dias, gerente da Região Administrativa do Marajó, ressaltou que a preservação da espécie também é uma questão cultural. “A captura do caranguejo é uma prática tradicional. Se não protegermos a espécie agora, colocaremos em risco não apenas a biodiversidade, mas também a cultura e a economia das comunidades que dependem dela,” afirmou.

Denúncias e conscientização
O Instituto reforça que irregularidades podem ser denunciadas às autoridades ambientais, como o Ibama, a Semas, o Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA) e a Polícia Civil, por meio da Divisão Especializada em Meio Ambiente e Proteção Animal (Demapa).

Além disso, o Ideflor-Bio orienta os consumidores a evitarem a compra de caranguejos durante os períodos de defeso, salvo quando o comerciante comprovar que o estoque foi declarado antes do início das restrições.

Essa iniciativa visa garantir o equilíbrio dos ecossistemas e a sustentabilidade da pesca do caranguejo-uçá no Pará, reforçando a importância da responsabilidade coletiva.

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