Uma série de graves denúncias está prestes a ser encaminhada ao Ministério Público para ser tirada de debaixo do tapete que esconde falcatruas no IASEP e da omissão por parte de quem deveria investigar a sujeira que corre por baixo de contratos celebrados entre o órgão do governo do estado e hospitais particulares no Pará.
Parte de uma documentação enviada ao EPOL, sugere que Bernardo Albuquerque de Almeida, ex-presidente do Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Pará (IASEP), teria supostamente alterado os valores de glosas em contas médicas, em troca de vantagens financeiras. O caso envolve entre outras empresas, a Diagnosis Centro de Diagnóstico Ltda, que tem como nome fantasia HSM.
Na primeira remessa de documentos que chegaram à nossa redação é possível ver uma movimentação atípica durante o período de agosto de 2019, mas a denúncia mostra documentos e nomes de outras empresas, mostrando que o esquema, segundo servidores concursados, percorre os anos ‘debaixo do nariz’ dos órgãos de fiscalização e controle, sobretudo do Poder Judiciário.
Modus Operandi
Conforme os trâmites normais, após os atendimentos médicos na rede privada conveniada ao IASEP, o hospital credenciado protocola a conta médica no mês seguinte. Esta passa por auditoria antes de chegar ao Ordenador Financeiro do IASEP. No entanto, documentos enviada à nossa redação mostram que em 12 de agosto de 2019, o valor cobrado de R$ 12.955.199,54, com uma glosa inicial de R$ 4.897.803,87, teria sido alterado para um valor a receber de R$ 10.545.592,40, reduzindo a glosa para R$ 2.409.607,18 sem critérios técnicos.
O esquema teria sido supostamente descoberto após uma visita do proprietário do HSM, Salomão Zoghby, e seu contador, Carlos, ao gabinete de Bernardo Almeida, no IASEP. Durante a visita, acertaram a retirada e diminuição dos valores glosados em troca de vantagens financeiras. Essa prática teria sido confirmada em documentos assinados por Bernardo Almeida, alterando o sentido da auditoria médica e permitindo que o hospital recebesse valores inflacionados.
Outros hospitais e clínicas, como Hospital Porto Dias e Emed Saúde, também estariam envolvidos, tendo seus proprietários supostamente realizado visitas mensais ao gabinete do até então presidente do IASEP, afim de garantir a redução das glosas e aumentar os valores recebidos.
Todo o montante milionário está até agora sem qualquer citação nas investigações iniciadas pelo GAECO, o que causa estranheza dentro do corpo de servidores públicos do IASEP, que sabem muito bem como as coisas funcionaram na gestão passada.
Uma rápida constatação desta denúncia no Portal da Transparência mostrará a incongruência entre os valores pagos e os constantes nas anotação feitas com a letra do ex-presidente do IASEP, onde todos os antigos servidores indentificam anormalidades, que podemos chamar de pagamento de propina e vantagens ilícitas envolvendo deputados, empresários e membros do governo.
Servidora do IASEP pediu anonimato para assegurar sua privacidade e segurança.
A recompra do Porto Dias
O escândalo se ampliou com a recompra do Hospital Porto Dias, inicialmente avaliado e vendido por mais de R$ 700 milhões e revendido por R$ 430 milhões três anos depois, levantando suspeitas de irregularidades. Documentos enviados por uma servidora pública de longa data, que pede sigilo, corroboram as denúncias, indicando assédio moral e distratos pela atual administração, além de pagamentos sem auditoria por parte do IASEP.
Tivemos a promessa de mais revelações, caso as investigação não alcancem os envolvidos até aqui citados, o que pode trazer nomes mais graúdos, como de deputados e membros do governo do estado, também beneficiados pelo suposto esquema criminoso que traz prejuízos milionários aos cofres públicos.
A equipe de jornalismo do EPOL prepara uma série de matérias sobre outros casos semelhantes.
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