Homem preso com R$5 milhões venceu licitação do governo do Pará em obras na Rua da Marinha

O grupo foi interceptado logo após a retirada do montante de um banco. As investigações apontam que o dinheiro seria utilizado para a compra de votos, e teria ligação com o deputado federal Antonio Doido (MDB), que foi derrotado nas eleições para a prefeitura de Ananindeua.

Na véspera do primeiro turno das eleições municipais, um esquema envolvendo R$ 5 milhões em dinheiro foi desmantelado em Castanhal, no Pará. Entre os três homens presos, está Geremias Cardoso Hungria, sócio-administrador da JAC Engenharia Ltda, uma das empresas que venceu uma licitação de R$ 142 milhões do governo do estado para obras de infraestrutura. A Justiça Eleitoral decidiu manter a prisão dos envolvidos nesta terça-feira, 15, em um caso que levanta suspeitas de corrupção e compra de votos.

Geremias, que também é gerente de fazenda, estava acompanhado do coronel da Polícia Militar Francisco de Assis Galhardo do Vale e do soldado Ellis Dangeles Noronha Martins no momento da prisão. O grupo foi interceptado logo após a retirada do montante de um banco. As investigações apontam que o dinheiro seria utilizado para a compra de votos, e teria ligação com o deputado federal Antonio Doido (MDB), que foi derrotado nas eleições para a prefeitura de Ananindeua.

O coronel Galhardo foi responsável por sacar quase R$ 5 milhões, enquanto o soldado Ellis Noronha Martins estava com R$ 4,6 milhões dentro da agência bancária. Geremias conduzia o veículo onde foram encontrados mais R$ 380 mil. As ligações entre os envolvidos e o deputado Antonio Doido, ex-prefeito de São Miguel do Guamá, aumentam as suspeitas, uma vez que a empresa de Geremias, JAC Engenharia Ltda, foi criada em 2021 na mesma cidade.

O consórcio que inclui a JAC Engenharia venceu a licitação para as obras da perna norte da rua da Marinha até o canal do Bengui, em Belém, junto com a J.A Construções Civil Ltda, empresa cujo sócio-administradora é Andrea Costa Dantas, esposa de Antonio Doido. A licitação, no valor de R$ 142 milhões, gerou controvérsias após uma das empresas concorrentes apresentar uma proposta R$ 22 milhões mais barata, mas ser preterida no processo.

O caso coloca o governo do Pará e o deputado Antonio Doido sob os holofotes, enquanto as investigações continuam. As conexões políticas e empresariais em torno dos envolvidos levantam questionamentos sobre a legalidade do processo licitatório e o possível uso de recursos públicos para fins eleitorais.

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