A escolha do Curupira como mascote oficial da COP30, conferência climática da ONU que será realizada em Belém entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025, gerou uma polêmica política nas redes sociais envolvendo o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB).
Nikolas ironizou a escolha do personagem do folclore indígena, conhecido por ter os pés voltados para trás e proteger as florestas: “Anda para trás e pega fogo”, escreveu, em tom depreciativo. A declaração rapidamente repercutiu negativamente entre ambientalistas, políticos e defensores da cultura popular.
Em resposta, Helder Barbalho saiu em defesa da figura mítica e ressaltou o simbolismo do Curupira como guardião da floresta e defensor da biodiversidade amazônica. “Enquanto uns mostram que andam pra trás ao não reconhecer a cultura e o folclore do nosso País, a gente avança fazendo o mundo inteiro voltar os olhos ao Brasil e ao Pará como grandes protagonistas das discussões e iniciativas em prol da preservação do meio ambiente e dos povos da floresta”, escreveu o governador em publicação na rede X (antigo Twitter). “O Curupira é nosso protetor, e vai seguir como referência da COP30 pra quem torce contra o nosso Pará e o nosso Brasil.”
A lenda do Curupira é uma das mais antigas do folclore brasileiro, com registros que remontam ao século XVI, feitos pelo padre José de Anchieta, que relatou o temor que os povos indígenas sentiam pela entidade. Com cabelos flamejantes e pegadas que confundem caçadores, o Curupira representa a sabedoria da floresta e o respeito à natureza, sendo um símbolo de resistência contra a devastação ambiental.
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