O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), reagiu com firmeza à declaração do chanceler alemão Friedrich Merz, que afirmou que nenhum jornalista de sua comitiva gostaria de permanecer no Brasil após a passagem por Belém durante a Cúpula de Líderes da COP30.
Em publicação nas redes sociais, Helder classificou o comentário como “discurso preconceituoso” e destacou a contradição de um país historicamente responsável por altas emissões de gases de efeito estufa criticar o calor da Amazônia.
“O Pará abriu as portas e mostrou a força de um povo acolhedor. Curioso ver quem ajudou a aquecer o planeta estranhar o calor da Amazônia. Um discurso preconceituoso revela mais sobre quem fala do que sobre quem é falado”, escreveu o governador.
Helder ainda cobrou ações práticas: “O futuro pede menos promessas e mais apoio concreto para quem protege as florestas”. No final do texto, convocou os paraenses e brasileiros a manifestarem orgulho pelo Estado e pelo país: “Quem aqui tem orgulho do Pará e do Brasil? Que levante a mão e comente contra toda forma de preconceito”.
O que disse Friedrich Merz
Durante o Congresso Alemão do Comércio, na semana passada, o chanceler alemão fez uma comparação favorável à Alemanha ao defender o ambiente de negócios do país. Segundo transcrição oficial do governo alemão, divulgada pela Deutsche Welle (DW), Merz declarou:
“Senhoras e senhores, nós vivemos em um dos países mais bonitos do mundo. Perguntei a alguns jornalistas que estiveram comigo no Brasil na semana passada: ‘Quem de vocês gostaria de ficar aqui?’ Ninguém levantou a mão. Todos ficaram contentes por termos retornado à Alemanha, especialmente daquele lugar onde estávamos”.
A fala foi interpretada como referência direta a Belém, cidade-sede da COP30, e gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no Pará, que tem investido pesado na organização da conferência climática.
A resposta de Helder Barbalho já acumula milhares de interações nas redes, com apoio maciço de internautas que repudiaram o tom da declaração alemã e reforçaram o orgulho pela capital paraense e pela Amazônia. O episódio expõe mais uma vez as tensões entre países desenvolvidos e nações em desenvolvimento nas negociações climáticas globais.
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