Em entrevista ao Globo, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), solicitou que o governo federal adote medidas na Amazônia como as implementadas durante as enchentes no Rio Grande do Sul. O Pará foi responsável por 17,5% dos focos de calor do país este ano, e apesar de uma redução de 42% nas taxas de desmatamento entre 2023 e 2024, continua liderando o ranking nacional.
Helder destacou a liberação de R$514 milhões pelo presidente Lula como um primeiro passo, mas acredita que serão necessárias mais medidas para enfrentar a situação crítica na região. Ele propôs uma estratégia orçamentária excepcional, comparando a urgência do Pará à resposta federal no Rio Grande do Sul, que recebeu R$40 bilhões.
Enquanto fechava um contrato de R$1 bilhão em Nova York para a venda de créditos de carbono, Barbalho afirmou que os recursos serão destinados a ações de combate a crimes ambientais. Ele ressaltou a importância de uma nova visão econômica que valorize a floresta em pé.
Sobre a mineração, Barbalho admitiu que os municípios devem ter um papel na gestão, mesmo diante de críticas sobre os impactos socioambientais. A Procuradoria Geral da República e a Advocacia Geral da União contestaram uma resolução que permite que prefeituras autorizem garimpos, mas o governador defendeu que o estado não consegue analisar todos os pedidos de licenciamento.
O governador também comentou o aumento das queimadas, que resultaram em 35 mil focos apenas no Pará, e destacou a necessidade de proibir o uso do fogo para limpeza de pastagens. Ele propôs melhorias na formação de brigadistas e na infraestrutura para combater incêndios.
Barbalho sublinhou a necessidade de um apoio federal robusto, informando que o plano de trabalho do Pará já supera R$140 milhões. A venda de créditos de carbono será repartida com comunidades tradicionais, embora haja críticas sobre a falta de consulta aos povos indígenas, com Barbalho afirmando que audiências públicas estão em andamento.
Por fim, ele abordou a controvérsia sobre a gestão de garimpos, afirmando que a descentralização do licenciamento é uma prática comum e necessária, e ressaltou que a fiscalização deve ser reforçada para evitar danos ambientais.
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