Hana (MDB) ganha tração na disputa pelo governo do Pará em 2026, mas o jogo segue aberto - Estado do Pará Online

Hana (MDB) ganha tração na disputa pelo governo do Pará em 2026, mas o jogo segue aberto

Se até junho, Dr. Daniel e Éder Mauro lideravam as pesquisas em alguns municípios paraenses, agora a vice-governadora desponta como favorita, embora a diferença de metodologias ainda indique uma disputa acirrada entre os três.

Dr Daniel Santos, Hanna e Éder Mauro
Dr Daniel Santos, Hanna e Éder Mauro lideram as pesquisas eleitorais realizadas até aqui.

Nas pesquisas mais recentes, a vice-governadora e pré-candidata ao governo do Pará, Hana Ghassan (MDB) saltou de coadjuvante a protagonista, liderando cenários e abrindo vantagem em importantes colégios municipais, embora ainda haja levantamentos que a coloquem atrás de adversários, um retrato de corrida volátil e muito disputada para saber que sucederá o governador Helder Barbalho.

O ponto de virada estadual

Depois de junho, mês em que o instituto Paraná Pesquisas mostrou Dr. Daniel (PSB) e Éder Mauro (PL) à frente em cenários testados (21 a 24 de junho de 2025, 1.542 entrevistas), Hana aparecia atrás dos principais adversários.

O quadro mudou em julho: a AtlasIntel registrou Hana na liderança estadual com 33,4%, seguida de Dr. Daniel (26,5%) e Éder Mauro (17%). A sondagem ouviu 2.214 eleitores entre 7 e 14/07, com margem de erro de 2 p.p. e 95% de confiança. O resultado ganhou repercussão nacional e marcou o “turning point” da pré-campanha.

Agosto trouxe contrapontos

Já em agosto, duas pesquisas trazem novos números: O instituto Destak mostra que em Santarém, o terceiro maiores colégio eleitoral do Pará, Hana é apontada como candidata da maioria dos eleitores, com 27% das intenções de voto, seguida de Dr. Daniel com 18% e Éder Mauro com 15%. Indecisos ainda representam 27% do eleitorado, enquanto brancos e nulos são 4%.

O levantamento presencial entrevistou 980 eleitores, nos dias 11 e 12 de agosto, com margem de erro de 4,4% e intervalo de confiança de 95%. O resultado é considerado como um reforço na tração vinda do interior a favor da pré-candidata do governo, mas apesar da liderança de Hana, o alto número de indecisos pode redesenhar o cenário eleitoral nos próximos meses.

A fotografia, porém, não é unívoca. Na última pesquisa estadual da DOXA, divulgada na semana passada, Dr. Daniel apareceu na frente nas simulações, com Hana em segundo — um lembrete de que metodologias e momentos capturados variam e influenciam o placar.

Onde Hana abriu vantagem: o mapa municipal

Enquanto os números estaduais divergem, no interior Hana vem empilhando bons resultados de suas caminhadas pelos municípios, onde redutos bolsonaristas são predominantes, como:

Itupiranga (sudeste do Pará): duas publicações locais apontaram Hana líder isolada, com cenários que chegam a 57% a 64,2% em disputas estimuladas contra Dr. Daniel (coletas de 20 a 22/08/2025, Instituto Ampla).

Canaã dos Carajás: pesquisa Destak (18 e 19/08; 560 entrevistas; m.e. 4,4 p.p.) indica Hana na frente entre os eleitores locais.

Desafios de Hana daqui pra frente

Consolidar liderança estadual: transformar vitórias municipais e o pico de julho em tendência que sobreviva a novas rodadas estaduais (onde DOXA ainda a coloca atrás).

Ampliar voto na RMB: manter competitividade em Belém e Ananindeua, redutos com forte densidade eleitoral e onde Dr. Daniel (prefeito de Ananindeua) tende a ser mais competitivo.

Blindagem de imagem e agenda positiva: como vice e potencial herdeira do projeto governista, terá de equilibrar continuidade e novidades, defendendo entregas e sinalizando propostas próprias.

Tendência: Hana cresceu e lidera no recorte nacional da AtlasIntel (julho) e em várias cidades-chave em agosto.

Contrapeso: Doxa e Paraná Pesquisas mantêm Dr. Daniel competitivo ou à frente no agregado estadual recente — disputa segue aberta.

Em bom paraense: a maré virou, mas o rio ainda tem muita volta.

Hana (MDB) deixou de ser “a vice” e virou cabeça de chave. Se conseguir sustentar o fôlego do interior para o conjunto do estado e navegar as diferenças metodológicas a seu favor, entra na pré-campanha de 2026 como nome forte e difícil de ser ultrapassado, haja vista a força da “caneta do governo”. Mas os números díspares entre institutos mostram que ninguém está eleito em pesquisa — o MDB surfa uma onda, enquanto PSB e PL ainda estão na briga. Próximas coletas dirão se o julho de Hana virou tendência ou se foi ressaca passageira.

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