O Instituto Fogo Cruzado divulgou, nesta quinta-feira (4), que a Região Metropolitana de Belém (RMB) teve, no mês de agosto, 29 pessoas baleadas. O estudo contabilizou 39 tiroteios, com 29 pessoas baleadas. Dessas, 20 morreram e 9 ficaram feridas.
Em comparação com o mesmo período do ano anterior, houve uma queda de 43% no número de tiroteios, que passou de 68 registros em agosto de 2024 para 39 em agosto de 2025.
O número de mortos também apresentou redução quando comparado com o mês anterior, caindo de 50 em julho para 20 em agosto, queda de 60%. Já o número de feridos se manteve estável, foram 9 em julho e agosto.
A coleta de dados foi realizada entre os dias 1º e 31 de agosto de 2025. As informações estão disponíveis na API do Instituto e podem ser consultadas de forma aberta e gratuita. Na análise dos municípios, Belém concentrou a maior parte das ocorrências, com 22 tiroteios, nos quais 11 pessoas morreram e cinco ficaram feridas.
Castanhal aparece em segundo lugar no ranking, com sete tiroteios, quatro mortos e três feridos; Ananindeua foi o terceiro município com mais tiroteios no mês, registrando cinco, com dois mortos e um ferido.
Entre as motivações, foram contabilizados: 16 ações policiais; 14 homicídios ou tentativas de homicídio; nove roubos ou tentativas de roubo; três brigas; e um ataque a civis.
A distribuição da violência armada por município da região metropolitana de Belém, em agosto, ficou da seguinte forma:
Belém: 22 tiroteios, 11 mortos e 5 feridos
Castanhal: 7 tiroteios, 4 mortos e 3 feridos
Ananindeua: 5 tiroteios, 2 morto e 1 ferido
Santa Izabel do Pará: 3 tiroteios e 3 mortos
Barcarena: 1 tiroteio
Santa Bárbara do Pará: 1 tiroteio
Dos 20 mortos registrados no mês de agosto, oito eram negros (40%), três eram brancos (15%) e nove não foram racialmente identificados (45%).
Entre os nove feridos, todos eram homens: três negros (33%), dois brancos (22%) e quatro sem identificação racial (44%).
“Os números de agosto reforçam o papel crucial dos dados abertos para compreender a dinâmica da violência. Monitorar e dar visibilidade a essas ocorrências é fundamental para subsidiar políticas públicas eficazes e romper com a naturalização da letalidade na região metropolitana de Belém. Apesar da visível queda na taxa de tiroteios, as mortes têm chamado atenção, sendo estas – em sua maioria – relacionadas a pessoas não brancas e sem raça identificada”, afirmou Eryck Batalha, coordenador regional do Instituto Fogo Cruzado no Pará.
Dias de maiores ocorrências
No mês de agosto, o dia 31 foi o mais violento, com quatro tiroteios, seguido dos dias 13, 22, e 23 com dois tiroteios cada. No dia 31 foram registradas duas mortes e nos dias 4, 6, 9, e 23 dois mortos.
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