Garrafas suspeitas são periciadas pelo Lacen após denúncia de metanol em Belém - Estado do Pará Online

Garrafas suspeitas são periciadas pelo Lacen após denúncia de metanol em Belém

Só após a conclusão dos exames será possível confirmar, ou descartar, a presença da substância tóxica.

Um mês após a primeira suspeita de intoxicação por metanol registrada em Belém , o caso envolvendo um uísque importado voltou a mobilizar autoridades sanitárias. A Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) informou, nesta quarta-feira (10), que as garrafas relacionadas à denúncia foram apreendidas e encaminhadas ao Laboratório Central do Estado do Pará (Lacen), onde passarão por análise técnica. Só após a conclusão dos exames será possível confirmar — ou descartar — a presença da substância tóxica.

Em nota, a Sesma afirmou que as investigações seguem em andamento e ressaltou que, até o momento, há apenas um caso sob apuração, envolvendo um paciente que consumiu a bebida há cerca de um mês. O órgão reforçou que novas informações só serão divulgadas após o laudo definitivo do Lacen.

A coleta das garrafas ocorreu após a Vigilância Sanitária reunir unidades do mesmo lote supostamente contaminado, entregues pelo próprio consumidor que denunciou o caso. A perícia deverá esclarecer se houve adulteração do produto antes da venda ou outro tipo de contaminação.

Relembre o caso

A suspeita ganhou repercussão após o engenheiro civil Flávio Acatauassu relatar ter sofrido intoxicação por metanol ao consumir um uísque importado comprado lacrado em um supermercado no centro de Belém.

No dia 6 de novembro, Flávio passou mal e procurou atendimento médico. Os primeiros exames feitos pela Unimed Prime Belém não identificaram alterações em rins, fígado, sangue ou urina — isso porque o teste específico para detectar metanol, chamado análise de alcoóis voláteis, não foi solicitado.

Persistindo os sintomas, o engenheiro procurou um laboratório particular, onde realizou o exame correto. O resultado saiu 72 horas depois: havia metanol em seu organismo. O laudo do laboratório Paulo Azevedo também apontou a presença da substância na bebida, indicando adulteração e risco grave ao consumidor.

A nota fiscal apresentada por Flávio comprova a compra do uísque em uma unidade da rede Mais Barato. O engenheiro reuniu exames, documentos e uma garrafa lacrada do mesmo lote, entregando tudo às autoridades sanitárias.

Posicionamento do supermercado

A rede Mais Barato divulgou nota oficial na segunda-feira (5), afirmando ter adotado todas as medidas cabíveis desde que teve conhecimento do caso e reforçando que segue colaborando com os órgãos responsáveis pela investigação.

A empresa manifestou estranhamento pelo fato de a garrafa consumida não ter sido entregue às autoridades imediatamente após o episódio, mesmo após 30 dias do ocorrido. Destacou ainda que apenas peritos oficiais podem confirmar ou descartar a contaminação.

A rede informou que todos os whiskies do tipo citado foram retirados das prateleiras e colocados à disposição dos fiscais. A empresa também acionou protocolos de rastreamento junto à Diageo, responsável pela marca do produto.

Em comunicado, a Mais Barato reiterou que permanece à disposição das autoridades e reforçou o compromisso com a confiança dos consumidores. Segundo a empresa, as medidas adotadas continuarão até que o caso seja totalmente esclarecido.

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