Funcionários despejados da UPA Terra Firme sofrem com falta de pagamento de rescisões; veja relatos

Alguns trabalhadores procuraram o EPOL para relatar como a situação tem afetado suas vidas pessoais, principalmente em seus lares, devido ao que chamam de descaso da empresa responsável.

Foto: EPOL

Ex-funcionários da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Terra Firme continuam enfrentando dificuldades devido à falta de compromisso com o pagamento de seus direitos trabalhistas. Como já publicado pelo Estado do Pará On-line (EPOL), alguns colaboradores da unidade sofreram retaliações após denunciarem atrasos salariais.

Entre o fim de abril e o início de maio, cerca de dez funcionários foram demitidos sem aviso prévio e sem o pagamento das verbas rescisórias. Segundo informações dos ex-funcionários, a empresa responsável pelos pagamentos, identificada como IADVH e sediada em São Luís (MA), não se posiciona claramente sobre os atrasos. Em vez disso, oferece prazos que nunca são cumpridos.

Alguns trabalhadores procuraram o EPOL para relatar como a situação tem afetado suas vidas pessoais, principalmente em seus lares, devido ao que chamam de descaso da empresa responsável.

“Fui demitida há quase 15 dias e o prazo que me deram foi de 10 dias, mas até agora nada. Estou passando por dificuldades dentro de casa, com boletos atrasados, e as pessoas a quem devo não podem mais esperar. A empresa IADVH não tem respeito com ninguém!”, relata uma funcionária dispensada no fim de abril.

Outro ex-colaborador afirma que as demissões ocorreram como retaliação após cobranças por salários atrasados. “Fomos demitidos apenas por cobrar nossos salários, que nunca foram pagos no dia certo. Sofremos retaliação por exigir nossos direitos. Já se passaram 15 dias e ainda não recebemos nada, nem sequer um posicionamento sobre o pagamento.”

Segundo os relatos, os atrasos persistem apesar da informação de que os recursos já foram repassados. De acordo com o Portal da Transparência da Prefeitura de Belém, valores de R$ 66.848,45 e R$ 134.498,00 foram transferidos no dia 16 de maio.

Veja o que diz no portal da transparência:

“Estamos passando por dificuldades causadas pela falta de pagamento. Inclusive, entramos em contato com a empresa, que tem sede em São Luís, mas a diretoria não se posiciona. Já foi repassado o dinheiro, conforme consta no portal da transparência. Não estamos pedindo favor, só queremos o que é nosso”, afirma outro ex-funcionário.

“Já procuramos a diretora Kariny, mas ela não deu uma data definida para o pagamento. Quando fomos demitidos, a coordenadora de enfermagem nos disse que era por conta da redução de quadro e que permaneceriam apenas as pessoas que a empresa tem condição de pagar. No entanto, até agora nada foi resolvido, e não houve sequer uma satisfação da empresa”, relata uma das demitidas.

Além disso, a ex-funcionária denuncia situações ainda mais graves: “Tenho amigos passando por dificuldades, com energia cortada, falta de alimentos, boletos pendentes, crianças doentes em casa. Eles [a empresa] não repassam o dinheiro e ainda nos afrontam com palavrões e indiretas.”

O Estado do Pará On-line (EPOL) entrou em contato com a Prefeitura de Belém e com a empresa IADVH para obter um posicionamento sobre as denúncias, e aguarda retorno.

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