Polícia Civil prende suspeitos de fraude em concurso público da prefeitura de Parauapebas

Os valores variavam entre R$ 20 mil e R$ 30 mil, dependendo do cargo pretendido.

Policiais próximo de uma viatura
Reprodução/Agência Pará

A Polícia Civil prendeu preventivamente três mulheres e um homem na manhã desta quinta-feira (9), como parte da operação “Gabarito”, deflagrada pela Seccional Urbana de Marabá, no Pará. A ação contou com o apoio das equipes da Delegacia de Homicídios de Parauapebas e do Núcleo de Apoio à Investigação de Marabá (NAI).

Três prisões ocorreram em Parauapebas, enquanto a quarta pessoa foi capturada em Marabá, município localizado no sudeste do Pará. Os indivíduos presos foram identificados como Érica Patrícia dos Anjos Souza, Vilmara dos Santos Conceição, Denilson da Silva Cruz e Cristiane Alencar Pereira, esta última detida em Marabá. Segundo informações da polícia, as investigações tiveram início após a prisão em flagrante de uma mulher com ponto eletrônico durante a aplicação do concurso público para a Prefeitura de Parauapebas, em 26 de novembro de 2023.


O delegado Gabriel Henrique Alves Costa forneceu detalhes à imprensa local sobre o funcionamento da quadrilha. Ele destacou que esta é apenas a primeira fase das investigações e que mais prisões podem ocorrer em breve. Enquanto a Polícia Civil conduz o trabalho técnico, questões políticas, incluindo o cancelamento do concurso e a realização de um novo certame, estão sob responsabilidade do município.

Segundo o delegado, a quadrilha exigia valores entre R$ 2 mil e R$ 1 mil para garantir a entrada do candidato no esquema fraudulento. O intermediário recebia uma parte desse valor, e após a aprovação e posse, o candidato fazia um empréstimo para quitar o restante. Os valores variavam entre R$ 20 mil e R$ 30 mil, dependendo do cargo pretendido.

Érica Patrícia é esposa de Rodrigo de Almeida, um dos líderes da quadrilha, ainda foragido. Rodrigo é vice-diretor da Escola Nelson Mandela, em Parauapebas. Cristiane Alencar, detida em Marabá, é esposa de Rafael Lima, também foragido e envolvido com política na região.

Vilmara e Denilson são apontados pela Polícia Civil como aliciadores de concurseiros para o esquema fraudulento. A investigação foi coordenada pela 20ª Seccional de Polícia Civil, com apoio da Delegacia de Homicídios de Parauapebas e do Núcleo de Apoio à Investigação de Marabá (NAI).

Durante a operação, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão domiciliar. Outros elementos de interesse à investigação foram identificados, o que pode levar à descoberta de mais envolvidos no crime. O delegado Vinicius Cardoso, superintendente da Polícia Civil do Pará em Marabá, destacou que foram identificados os mentores intelectuais da fraude, além de pessoas que se beneficiaram do uso de ponto eletrônico durante a prova.

Leia também: