Com estreia prevista para maio de 2025, o curta-metragem Nas Ondas do Rádio inicia suas filmagens nesta quinta-feira (3), em Belém, com locações na Ilha de Caratateua, distrito de Outeiro, e na Universidade Federal do Pará (UFPA). A produção celebra a cultura do rádio nas periferias amazônicas, tendo como fio condutor o brega, o tecnomelody e o protagonismo de corpos negros e LGBTQIAPN+.
Dirigido por Lu Peixe, realizadore audiovisual premiade e referência no cinema negro amazônico, o filme tem produção da Cine Diáspora, com patrocínio da Lei Paulo Gustavo. O roteiro foi desenvolvido e reconhecido pela 5ª edição do LAB Negras Narrativas, da APAN – Associação de Profissionais Negros do Audiovisual. A produção executiva é assinada por Rafael Nzinga e Tayana Pinheiro.
A trama gira em torno de Sombra (Mariza Black), uma lendária radialista de 49 anos que nunca revelou sua identidade e decide, enfim, lançar um novo programa sendo ela mesma. O enredo toma um novo rumo com a chegada de Inã (Dadila Costa), ume jovem não-binárie de 19 anos e cantore de tecnomelody, que enxerga no programa a chance de ser reconhecide.
A partir do encontro geracional entre Sombra e Inã, o curta mistura humor, drama e memória afetiva para explorar o papel histórico do rádio nas comunidades periféricas do Norte. “As músicas e opiniões transmitidas por ondas sonoras influenciam a dinâmica da vida de várias pessoas”, explica Lu Peixe. “Em específico no Pará, a transmissão AM possibilitou a influência caribenha na nossa música. E, no contemporâneo, o brega e o tecnomelody se sustentam também por essas emissoras”, completa.
Com visual inspirado nas lendárias aparelhagens Príncipe Negro, Ouro Negro e Búfalo do Marajó, a estética do filme será pautada pela exuberância visual das festas periféricas, cruzando linguagens urbanas e ribeirinhas.
Além da exibição oficial, Nas Ondas do Rádio será acompanhado por oficinas de formação em audiovisual para jovens da região e sessões gratuitas de pré-lançamento em Outeiro e Icoaraci, fortalecendo o acesso à arte e à representatividade nas bordas da cidade.
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