Extrema direita testa força com Éder Mauro e movimenta disputa entre Daniel e Hanna Ghassan - Estado do Pará Online

Extrema direita testa força com Éder Mauro e movimenta disputa entre Daniel e Hanna Ghassan

Paraná Pesquisas aponta cenário fragmentado e abre disputa por alianças um ano antes da eleição estadual

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A nova rodada da Paraná Pesquisas reordenou o debate sucessório no Pará ao colocar o delegado Éder Mauro como peça estratégica na disputa entre Dr. Daniel e Hanna Ghassan, atual vice-governadora e candidata apoiada pelo governador Helder Barbalho.

Nos cenários estimulados, Dr. Daniel lidera com 26%, seguido por Éder Mauro com 22,5% e Hanna Ghassan com 18,7%. Em outra composição, Daniel avança a 28,2%, Mauro atinge 24,9% e Hanna aparece com 20,2%. A pesquisa também registra 66,8% de aprovação ao governo Helder, reforçando a leitura de que o peso institucional permanece central no processo sucessório.

Eleitor ainda distante da disputa

No cenário espontâneo, 59,2% dos entrevistados não souberam ou não opinaram, sinalizando um eleitorado que ainda não consolidou escolhas. Entre os nomes lembrados, Helder aparece com 14,3%, seguido por Daniel (10,9%), Hanna (6,4%) e Éder Mauro (1,1%). A dinâmica indica vantagem de reconhecimento ao atual grupo governista, mas também revela um quadro aberto para construção de candidaturas.

Éder Mauro calibra estratégia e evita risco maior

Apesar de competitivo, o delegado enfrenta barreiras para ampliar seu alcance além do núcleo conservador. Após cogitar disputar o Senado, ele optou por não entrar na corrida majoritária, avaliando o grau de dificuldade no estado. A tendência atual é que busque a reeleição para deputado federal, preservando musculatura política, capilaridade e protagonismo no campo da direita.

Esse movimento se soma ao histórico entre Mauro e Daniel, que o apoiou publicamente no segundo turno da eleição de Belém em 2024. A aproximação naquele momento não configurou um bloco ideológico homogêneo, mas uma composição eleitoral entre a extrema direita e um campo de centro-direita pragmático, unida por objetivos eleitorais específicos e pela disputa local.

Embora Daniel hoje esteja no PSB e mais distante do discurso de Mauro, analistas avaliam que o pragmatismo político, comum em disputas estaduais, pode reabrir canais entre os dois a depender do contexto e das necessidades de construção de frentes competitivas.

Situação caminha com perfil técnico e baixa exposição pública

No campo governista, Hanna representa continuidade administrativa. De perfil técnico, oriunda de funções estruturantes do Estado, a vice-governadora não construiu trajetória política tradicional e mantém presença pública discreta. Esse posicionamento exige esforço adicional de comunicação, uma vez que sua imagem está mais associada à gestão do que à liderança popular direta.

A ausência de forte apelo pessoal é vista como desafio, fazendo com que a campanha de Hanna dependa intensamente da estrutura estadual, da capilaridade municipal e da transferência de capital político de Helder.

Cenário aberto e movimentos em curso

A um ano até as urnas, o tabuleiro segue em formação. A postura de Éder Mauro, ao testar os limites de sua candidatura e avaliar alianças, soma-se à necessidade do grupo governista de converter apoio institucional em mobilização, enquanto Dr. Daniel organiza sua presença como principal polo oposicionista.

Neste momento, o delegado se firma como variável estratégica capaz de influenciar rumos, tensionar o equilíbrio entre governo e oposição e atuar como ator-chave na engenharia política da eleição.