Por Pedro Garcia com supervisão de Alexandre Alencar
A terceira edição do festival de cinema latino Americano de Alter no Chão que aconteceu nos dias três, quatro e cinco de novembro, movimentou cerca de 140 crianças durante a programação e promoveu cinema na região oeste do Pará, dessas, 40% nunca tinha assistido um filme na telona. Em uma celebração marcada por expressões artísticas e narrativas engajadas socialmente, o evento destacou a importância do cinema como ferramenta de reflexão e transformação. “Terruá Pará”, da belenense Jorane Castro, foi o escolhido pelo júri oficial como melhor longa-metragem, entre outras premiações.
O júri oficial, reconhecendo a excelência cinematográfica, escolheu “Terruá Pará”, dirigido por Jorane, que retrata a música do estado do Pará como sinônimo de leveza e alegria. Enquanto “Encantos do Gurupi,” de Judite Nascimento, conquistou o título de melhor curta-metragem, enquanto a categoria de Concepção Artística foi brilhantemente conquistada por “Bizarros Peixes das Fossas Abissais de Marão,” enaltecendo a inovação visual da obra. Yasmim Prado, pela sua notável atuação em “Menina e o Mar,” recebeu o merecido prêmio de Melhor Atuação. Os premiados foram agraciados com o troféu Muiraquitã, uma obra de arte criada pelo artista santareno Edu Tapajó, simbolizando a potência da cultura da região e destacando a cerâmica do Tapajós.
Raphael Ribeiro, coordenador do evento, expressou alegria e satisfação pelo dever cumprido e segundo ele, em conjunto com uma equipe profissional, entregou à população paraense um festival repleto de significado.
“O CineAlter se firmou como um espaço para histórias significativas, evidenciando o potencial do cinema como meio de expressão sociocultural, deixando uma marca duradoura na comunidade, promovendo a valorização do cinema como agente de mudança”, enfatizou o coordenador.
O júri popular também teve sua voz reconhecida, concedendo o prêmio de melhor curta para o filme Thue Pihi Kuuwi – Uma Mulher Pensando, dirigida por Harika Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami e Roseane Yariana Yanomami. O destaque do público para o melhor longa foi “Regenerar Caminhos,” dirigido por Maria Clara Gomes, um filme que ressoou entre os espectadores.
“É sempre um desafio para o Júri oficial porque o time de curadoria já faz um trabalho cuidadoso e precioso ao selecionar excelentes filmes para compor a mostra competitiva, isso torna o trabalho do júri mais árduo. Todos os filmes selecionados trazem um panorama atual da produção de obras brasileiras de diversos estados, incluindo a Amazônia legal e abordam obras com relevância nas temáticas destacadas, concepção artística e excelência técnica”, disse a presidente do Júri, Ziene.
O evento oportunizou o diálogo e a interação entre cineastas, artistas, parceiros, apoiadores e o público, em um verdadeiro puxirum, simbolizando a ajuda mútua, tão comum no bem-viver amazônico. O Festival de Cinema Latino-Americano de Alter do Chão, em mais uma edição, amplia seu impacto na democratização do cinema no interior da Amazônia, além de ser um espaço de difusão das multiartes em Santarém.
O CineAlter é uma realização do Instituto Território das Artes, organização sociocultural do Tapajós, em Termo de Fomento com a Secretaria de Estado de Cultura do Pará (SECULT/PA), via emenda parlamentar do Deputado Federal Airton Faleiro. O festival conta também com a parceria de 42 instituições públicas e privadas.
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