Alunos da Escola Municipal Jarbas Passarinho, no bairro do Marco, em Belém, participam nesta semana de uma oficina artístico-educativa que apresenta a Letra Decorativa Amazônica, tradição gráfica ribeirinha presente há mais de um século nas embarcações da região. A atividade é promovida pelo Instituto Letras que Flutuam, com patrocínio da Riachuelo via Lei Semear, e envolve estudantes do ensino fundamental no aprendizado prático do chamado “alfabeto do rio”.
Durante a programação, mestres abridores de letras conduzem as aulas, substituindo cadernos e quadros por tintas, pincéis e muros. A oficina segue até o dia 18 de dezembro, quando tem início a pintura de um mural na escola, levando para o espaço urbano a visualidade típica das embarcações amazônicas e estabelecendo diálogo entre a cultura ribeirinha e a cidade.


Formado por etapas coletivas, o processo inclui medição do muro, criação de layouts com lettering e paisagens ribeirinhas, divisão dos alunos em grupos e votação para escolha do desenho final. A fase final envolve a transferência do projeto para o muro e o início da pintura, organizada por funções e orientada pelos artistas convidados.
Entre os mestres participantes está Odir Lima Abreu, abridor de letras com trajetória consolidada em Soure, no arquipélago do Marajó, que atua ao lado do filho, Alessandro Abreu. “A gente aprende olhando e fazendo. Foi assim comigo e é assim que ensino hoje”, afirmou, ao explicar como o ofício é transmitido de geração em geração às margens dos rios amazônicos.
Criado a partir de mais de duas décadas de pesquisa e documentação, o Instituto Letras que Flutuam é o primeiro do país dedicado exclusivamente à cultura ribeirinha e ao ofício dos abridores de letras. A oficina ocorre na Escola Municipal Jarbas Passarinho, na avenida Rômulo Maiorana, 2309, em Belém, com atividade no dia 18 de dezembro das 8h às 12h, quando os alunos iniciam a pintura do mural comemorativo aos 100 anos do ofício.
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