A Casa Balaio, localizada no bairro de Nazaré, em Belém, foi palco do primeiro debate de uma série denominada Encontros Cop30, Clima, Impacto e Mercado, na noite de quarta-feira, 1. Especialistas em meio ambiente e outros membros da sociedade civil como empresários e jornalistas se encontraram para discutir temas como sociobioeconomia, participação cidadã e estratégias ambientais no contexto da conferência, que acontece em Belém, no próximo mês de novembro.
As estratégias de sustentabilidade que as empresas estão adotando desde já, com vistas aos compromissos que devem ser firmados na COP30, a relação entre metas ambientais e o cotidiano das populações do País, além das possibilidades oferecidas pela sociobioeconomia amazônica também foram assunto em pauta.
Dificuldades diversas foram apontadas para se superar as chamadas mudanças climáticas, mas a maioria das opiniões apontaram a busca de soluções a partir do território como a melhor forma para se enfrentar o problema. A própria expressão “mudanças climáticas” em geral afugenta as pessoas do debate, inclusive políticos, como explicou a jornalista Mônica Sodré, cientista política e CEO da agência Meridiana. “O termo mudanças climática é um excelente desengajador de pessoas. Há lugares em que já estão falando em problemas de sáude, em vez de mudanças do clima”, apontou durante a mesa Sociobioeconomia: o motor para o desenvolvimento sustentável da Amazônia.
O debate foi organizado pela Revista Problemas Brasileiros, publicação da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), e a Casa Balaio, espaço de encontros, cultura e inovação em Belém.
A sócia-fundadora da Manioca, marca de alimentos naturais, Joanna Martins, falou sobre as dificuldades de empreender na Amazônia durante o debate Estratégias Empresariais para um Futuro Sustentável. “Como sair daqui e conseguir ter um produto competitivo. Esse sempre foi um desafio pra nós”, explicou. A melhoria do processo produtivo foi a saída encontrada pela empresa para fazer frente a grandes marcas consolidadas no mercado.
Edvan Carvalho, coordenador do escritório do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPam), defendeu que “Só a partir da participação social e do respeito às populações que vivem na Amazônia se construir políticas públicas de respeito às populações do planeta”.
A assessora técnica do Conselho de Sustentabilidade da FecomercioSP, Cristiane Cortez, destacou que a grande dificuldade de empresários em oferecer produtos mais sustentáveis é que o consumidor dá sempre prioridade a produtos mais baratos, o que nem sempre combina. “Essa é uma conversa que precisa ser travada e levada a todos os cantos”, defendeu.
O debate foi mediado pela jornalista Ivana Oliveira, sócia-fundadora da Jambo Soluções em Comunicação; e pelo editor da revista Problemas Brasileiros, Lucas Mota.
O evento também marcou o lançamento da edição especial da Revista Problemas Brasileiros para a COP30, apenas com pautas e entrevistas ligadas à Conferência, como uma conversa com o embaixador André Aranha Corrêa do Lago, presidente da COP30.
Leia também:
Deixe um comentário