A empresa Auto Lance Pátio e Leilões, responsável pelo serviço de reboque veicular em Belém, encerrou suas atividades no dia 4 de agosto após uma série de denúncias sobre irregularidades na contratação e atuação do serviço. A empresa é supostamente ligada a familiares de Cleidson Chaves, atual secretário municipal de Zeladoria Urbana, e foi contratada sem licitação pública.
Segundo o vereador Mayky Vilaça (PL), que comemorou o encerramento do contrato nas redes sociais, a suspensão das atividades da empresa é resultado de denúncias e fiscalizações feitas por parlamentares. “Mais uma vitória contra a máfia dos reboques em Belém”, afirmou. Ele também informou que, até a conclusão de nova licitação, não haverá guincho disponível nas blitzes municipais.
Denúncias
As denúncias contra a Auto Lance foram formalizadas por vereadores e deputados estaduais e federais, que apontam favorecimento indevido, ausência de licitação e suspeita de uso do serviço público para fins arrecadatórios. Em junho, a vereadora Ágatha Barra (PL) iniciou coleta de assinaturas para instalação de uma CPI na Câmara Municipal, tendo como foco o contrato da empresa.
Já no âmbito judicial, foi protocolada no dia 11 de julho uma ação popular com pedido de liminar para suspender as blitzes realizadas com a participação da Auto Lance. A ação tramita na 6ª Vara da Fazenda Pública da capital sob o número 0858201-81.2025.8.14.0301 e tem como objeto principal o enriquecimento ilícito e a revisão ou desconstituição de ato administrativo.
O caso envolve ainda questionamentos sobre o grau de parentesco entre os sócios da empresa e membros da alta cúpula da Prefeitura. A denúncia alega que Clideon Chaves, um dos empresários ligados à Auto Lance, é irmão do secretário Cleidson Chaves — que antes ocupava o cargo de chefe de gabinete até maio e foi nomeado para a nova função em 5 de junho, conforme publicação no Diário Oficial do Município.
Motociclistas e motoristas de aplicativo relatam práticas abusivas nas operações de remoção de veículos, com acusações de rebocares arbitrários, dificuldades para retirada dos automóveis e aumento nos custos cobrados. As denúncias incluem também suspeitas de que os guinchos agiriam com metas de arrecadação e sob ordens superiores para maximizar as apreensões.
Até o momento, não houve comprovação judicial das denúncias nem condenações envolvendo os citados. Procurada pela reportágem do Estado do Pará On-line (EPOL), a Prefeitura de Belém ainda não se pronunciou oficialmente sobre o encerramento do contrato com a empresa. O espaço segue aberto para esclarecimentos.
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