Embaixador brasileiro destaca que COP30 em Belém marcará transição de negociações para ações climáticas efetivas

A expectativa é que a conferência discuta soluções que aliem preservação ambiental, desenvolvimento sustentável e justiça climática.

Tomaz Silva/Agência Brasil

Em discurso na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, nesta quarta-feira (5), o embaixador André Corrêa do Lago afirmou que a COP30, que será realizada em 2025 em Belém (PA), representará um marco decisivo: a transição da fase de negociações climáticas para ações concretas e implementação efetiva das metas ambientais.

André destacou que o Brasil espera que a conferência traga avanços em três frentes:

  • Proteger e fortalecer o legado institucional da Convenção do Clima;
  • Conectar decisões políticas à realidade concreta das populações afetadas pela crise climática;
  • Acelerar a implementação do Acordo de Paris por meio de soluções estruturais, incluindo mudanças na governança global e no sistema financeiro internacional.

A ênfase foi na importância de transformar compromissos em resultados práticos. “Os líderes nacionais devem honrar seus esforços para limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C. As vidas humanas, os empregos futuros e os ambientes saudáveis dependem disso”, reforçou.

Financiamento e governança global

Outro ponto crucial mencionado foi a arquitetura financeira global. O embaixador indicou que a COP30 não se limitará às pautas climáticas tradicionais, mas buscará fortalecer a governança financeira para garantir que recursos cheguem às regiões mais vulneráveis — como a Amazônia — promovendo um modelo sustentável de desenvolvimento.

A aliança entre Emirados Árabes, Azerbaijão e Brasil — conhecida como Troika — também foi destacada como um passo importante. André lembrou o papel do Balanço Global de Carbono (GST), lançado na COP28, como ferramenta de transparência para medir o progresso nas metas do Acordo de Paris.

Amazônia no centro das atenções

Em entrevista à ONU News, Corrêa do Lago reforçou a relevância de a Amazônia sediar a COP30, afirmando que o evento trará uma visão pragmática sobre o desenvolvimento da região, sem um olhar “romantizado” da floresta. A expectativa é que a conferência discuta soluções que aliem preservação ambiental, desenvolvimento sustentável e justiça climática.

“O respeito pela ciência e a defesa do multilateralismo estarão no cerne da presidência brasileira desta COP”, concluiu o embaixador, reforçando que a presidência do Brasil buscará fortalecer a cooperação global para enfrentar as mudanças climáticas.

A COP30, que acontecerá em Belém, promete ser um marco ao conectar a urgência da crise climática às necessidades reais das populações e ao futuro sustentável da maior floresta tropical do mundo.

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