Nas últimas semanas, a Secretaria de Educação do Estado do Pará (SEDUC) tem sido palco de protestos por parte de indígenas e professores contra a Lei 10.820/2024. Segundo os manifestantes, a nova legislação compromete o ensino presencial, substituindo-o por aulas online, o que pode prejudicar a qualidade da educação nessas comunidades.
Além disso, os cortes no financiamento da educação voltada para comunidades indígenas e quilombolas, assim como a possível extinção do Sistema Modular de Ensino (SOME), também têm gerado preocupações sobre o futuro da educação inclusiva no estado. Em meio a esse cenário de mobilização e reivindicações, vários alunos que participaram do programa SOME foram aprovados na Universidade Federal do Pará (UFPA).
Entre os aprovados na UFPA pelo Sistema Modular de Ensino (SOME), estão os seguintes calouros:
- Gabriele – Aprovada em Ciências Sociais – SOME de Bujaru.
- Camila – Aprovada em Letras/Português – SOME de Curralinho.
- Rian – Aprovado em Ciências Naturais – SOME de Muaná.
- Elizana – Aprovada em Arquitetura e Urbanismo – SOME de Capitão Poço.
- Jackeline – Aprovada em Matemática – SOME de Augusto Corrêa
- Rodrigo – Aprovado em Ciências Naturais – SOME de Augusto Corrêa
A caloura Gabriele, comemorou a aprovação deixando uma mensagem de gratidão aos professores do SOME. “Passei na UFPA sem precisar de cursinho, aulas extras ou qualquer outro tipo de apoio, graças aos professores do SOME: Érika, Drica, Vera, Bia e Valdecir. Todos esses profissionais maravilhosos me ajudaram, me apoiaram e me ensinaram. Sou muito grata a eles por essa vitória.”
Protestos
A ocupação da Secretaria de Educação do Estado do Pará (SEDUC), em Belém, completou mais de dez dias nesta sexta-feira (24). O movimento, liderado por cerca de 400 indígenas de 20 povos, permanece exigindo a revogação da Lei 10.820/2024 e um diálogo direto com o governador Helder Barbalho (MDB).
Com Belém sediando a COP 30 em 2025, os manifestantes cobram coerência nas políticas voltadas às populações tradicionais. Uma das líderes indígenas, a antropóloga Luana Kumaruara, destacou: “Se o governador quer fazer a COP 30, ele precisa dialogar com os povos dos rios e das florestas”.
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