Mais um final de semana foi marcado por ações de educação ambiental voltadas à proteção das tartarugas marinhas na Praia do Atalaia, em Salinópolis, no nordeste do Pará. A iniciativa, promovida pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), mobilizou veranistas neste sábado (19) e domingo (20), com orientações sobre o ciclo reprodutivo das espécies que desovam no litoral paraense.
As atividades ocorrem na região da Ponta da Sofia, próxima ao 3º atalho de acesso ao balneário, onde uma barreira física proíbe a entrada de veículos motorizados. A medida atende a uma recomendação do Ministério Público do Pará (MPPA), ratificada pelo Tribunal de Justiça do Estado (TJPA), e visa proteger uma das áreas com maior incidência de desova de tartarugas marinhas no Estado.
Atualmente, o local abriga um berçário monitorado com cerca de 130 ovos protegidos por técnicos do Ideflor-Bio. Além do trabalho de preservação, os profissionais orientam os visitantes sobre o processo de desova e o caminho que os filhotes percorrem até o mar.
A programação também conta com atividades lúdicas voltadas para o público infantil, incluindo distribuição de cartilhas, desenhos para colorir e jogos educativos. Durante os fins de semana, são entregues kits com ecobags, viseiras, copos reutilizáveis e panfletos sobre educação ambiental.

“A presença das famílias e das crianças nesse processo é essencial. O contato direto com o ambiente onde as tartarugas se reproduzem cria vínculos afetivos com a natureza. Acreditamos que quem conhece, cuida”, destacou a bióloga Lorena Lisboa, que acompanha as ações no local.
Além das oficinas, rodas de conversa têm atraído a atenção dos veranistas. Para a professora Camila Rocha, que participou das atividades com a filha, a experiência foi transformadora. “Minha filha ficou encantada ao saber que as tartarugas vêm aqui para pôr seus ovos”, contou.
De acordo com o diretor de Gestão e Monitoramento de Unidades de Conservação do Ideflor-Bio, Ellivelton Carvalho, o trabalho integrado de educação, fiscalização e sensibilização tem gerado resultados positivos. “Nosso objetivo é garantir que essa área continue sendo um refúgio seguro para as tartarugas. Aliamos proteção ativa a ações educativas que envolvem a comunidade e os visitantes”, afirmou.
Com a intensificação das ações durante o mês de julho, período de alta temporada, a expectativa do instituto é sensibilizar centenas de pessoas sobre a importância de preservar os ecossistemas costeiros.
“O Atalaia é um dos cartões-postais mais visitados do Pará. Precisamos conciliar o turismo com a preservação da fauna marinha. A proteção das tartarugas é uma prioridade, e a educação ambiental é a ferramenta mais eficaz para garantir o futuro dessas espécies”, ressaltou o presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto.
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