Foi publicado no Diário Oficial do Município de Belém, nesta sexta-feira (25), a promulgação da lei que extingue oficialmente o programa de transferência de renda ‘Bora Belém’. O texto foi assinado pelo presidente em exercício da Câmara, vereador Zezinho Lima (PL), autor do projeto, após o prefeito Igor Normando (MDB) não se manifestar dentro do prazo legal, o que resultou na promulgação tácita da nova legislação.
O ex-prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL), criador do programa, fez duras críticas à revogação. Em nota divulgada nas redes sociais, afirmou que “18 mil famílias, o equivalente a 80 mil pessoas, foram devolvidas à situação de fome”. Edmilson responsabilizou diretamente o prefeito: “Igor Normando, a culpa é tua!”, declarou. Ele ainda classificou o ato como um “crime contra a dignidade humana”, acusando um conluio entre vereadores da base aliada e o Executivo Municipal.
A extinção do programa acontece pouco tempo após promessas de campanha de Igor Normando de que o auxílio seria mantido e ampliado. Edmilson destacou o contraste entre esse compromisso e a ausência de veto ao projeto: “O prefeito poderia ter vetado, mas preferiu se esconder”, disse o ex-gestor. Para ele, a omissão foi estratégica e serviu para blindar politicamente o atual chefe do Executivo.
A promulgação da lei por Zezinho Lima, em condição temporária de presidente da Câmara, também foi mencionada por Edmilson como evidência da articulação política por trás da decisão. “Zezinho jamais teria conseguido cometer essa maldade sozinho”, concluiu, lamentando o que chamou de “política de fome que destrói investimentos sociais essenciais para a população de Belém”.
A deputada estadual Lívia Duarte (PSOL) também se manifestou sobre a revogação do Bora Belém. Em nota publicada nas redes sociais, afirmou que “a política da fome se fortalece em Belém” e criticou a ausência de veto do prefeito: “Essa maldade foi cometida com a concordância de Igor Normando, que deixou que os vereadores seus aliados concretizassem o fim do Bora Belém”.
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