Desintrusão na TI Kayapó já inutilizou veículos, máquinas e acampamentos ilegais

Essa é a oitava operação de desintrusão promovida pela União desde 2023.

O governo federal iniciou nesta sexta-feira (2) uma nova operação de desintrusão na Terra Indígena Kayapó, localizada no sul do Pará. A ação tem como objetivo retirar invasores do território, especialmente aqueles envolvidos com o garimpo ilegal — principal atividade que pressiona a região. A operação foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e é coordenada pela Casa Civil da Presidência da República e pelo Ministério dos Povos Indígenas.

Mais de 20 órgãos federais participam da força-tarefa, incluindo o Ministério da Defesa, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional, Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). O plano de ação prevê fiscalizações aéreas e terrestres, inutilização de equipamentos utilizados em atividades ilegais e medidas para impedir o retorno dos invasores, além de ações de comunicação e diálogo com as comunidades locais.

As incursões dentro da Terra Indígena (TI) Kayapó começaram no dia 2 de maio e, até o momento, já resultaram na inutilização de:

  • 920 litros de óleo diesel
  • 9 motores
  • 1 maquinário pesado
  • 2 maquinários leves
  • 2 motocicletas
  • 1 veículo
  • 21 edificações
  • 4 acampamentos
  • 1 antena
  • 20 litros de gasolina

Reconhecida oficialmente em 1991, a TI Kayapó abrange mais de três milhões de hectares nos municípios de São Félix do Xingu, Ourilândia do Norte, Cumaru do Norte e Bannach. Mais de 6.300 indígenas vivem no território, pertencentes a pelo menos quatro etnias e incluindo povos isolados, como os Índios do Rio Fresco. A área é a segunda mais afetada pela mineração ilegal no Brasil, atrás apenas da Terra Indígena Sararé, no Mato Grosso — com cerca de 274 hectares de floresta destruídos, o equivalente a 253 campos de futebol.

Além do garimpo, o território sofre com grilagem de terras, pecuária irregular e extração ilegal de madeira. A estrutura do garimpo na região é considerada sofisticada, com uso de maquinário pesado e conexão com o crime organizado, o que potencializa os impactos ambientais e sociais, como desmatamento, contaminação dos rios por mercúrio e degradação da fauna e flora.

Essa é a oitava operação de desintrusão promovida pela União desde 2023. Outras ações semelhantes já ocorreram em terras indígenas no Maranhão, Rondônia, Roraima e também em outras regiões do Pará. O governo federal prevê a continuidade dessas operações ao longo de 2025, como parte de sua política de proteção aos povos originários e combate às atividades ilegais em seus territórios.

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