O deputado Delegado Caveira (PL-PA) pediu desculpas a colegas da bancada bolsonarista após exibir uma bandeira de apoio ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante declaração à imprensa na Câmara dos Deputados, na última terça-feira (22). A informação foi divulgada pelo portal Poder360.
Segundo o site, a atitude do deputado foi repreendida por outros parlamentares aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que participavam da coletiva. Eles alegaram que o gesto desviou o foco da manifestação, convocada em resposta à suspensão das reuniões das comissões da Casa até o fim do recesso informal, em 1º de agosto.
Com as reuniões da Comissão de Segurança Pública e da Comissão de Relações Exteriores — ambas dominadas por bolsonaristas — canceladas por decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), os parlamentares decidiram convocar a imprensa para defender moções de louvor ao ex-presidente Bolsonaro.
Durante a fala pública, Delegado Caveira exibiu uma bandeira com o nome de Trump e o slogan “Make America Great Again” (em tradução livre, “Tornar a América Grande Novamente”). O termo é utilizado pelo presidente dos EUA desde 2016, durante sua primeira campanha eleitoral. Uso da bandeira na Câmara dos Deputados brasileira causou mal-estar no PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Pouco depois, foi orientado por colegas a guardar a faixa. Questionado por jornalistas, o deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), presidente da Comissão de Segurança Pública, afirmou que aquele “não era o local apropriado” e que o foco da declaração era “outro”.
Além dos próprios partidários do PL, jornalistas de diversos veículos também fizeram análises negativas do ato.
A manifestação ocorre em meio ao aumento das tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos. Recentemente, Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e, em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), citou o julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado como um dos motivos para a taxação. O governo Lula tenta associar o episódio ao alinhamento dos bolsonaristas com o presidente norte-americano.
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