A Procuradoria-Geral da República (PGR) investiga se o deputado federal Antônio Doido (MDB-PA) usou ilegalmente agentes da Polícia Militar do Pará em uma operação suspeita para favorecer a candidatura de seu irmão, Neto Leocácio (MDB), à prefeitura de Ourém (PA) nas eleições de 2024. A apuração aponta possíveis crimes de desvio de verbas públicas, compra de votos e corrupção de agentes públicos. A informação foi divulgada pelo jornalista Fábio Serapião, do site Metrópoles.
Um dos principais alvos da investigação é o policial militar Francisco Galhardo, preso em outubro de 2024 após tentar sacar R$ 5 milhões em uma agência bancária de Castanhal (PA). Segundo a PGR, Galhardo seria o operador financeiro do grupo ligado ao deputado. Ele teria movimentado ao menos R$ 48,8 milhões em espécie, com R$ 26 milhões sacados apenas entre junho e outubro de 2024 — período eleitoral.
As investigações revelam ainda que o parlamentar teria ordenado o deslocamento de 20 policiais militares para Ourém antes do pleito. As conversas em posse da PGR indicam alterações de escala e uso de viaturas da PM para ações em áreas rurais da cidade, levantando suspeitas de uso indevido da estrutura policial para influenciar o processo eleitoral.
Neto Leocácio, apesar do suposto esquema, foi derrotado nas urnas, obtendo 46% dos votos válidos.
Posicionamentos
A Polícia Militar do Pará afirmou, por meio de nota, que instaurou um processo administrativo para apurar o caso. A corporação ressaltou o compromisso com a ética e legalidade e garantiu que “todas as medidas necessárias estão sendo adotadas para responsabilizar os envolvidos”.
A defesa do deputado Antônio Doido repudiou “o vazamento de informações sigilosas de investigações em curso no STF” e afirmou que irá tomar medidas legais contra os responsáveis pelo que chamou de “criminoso vazamento”.
Segundo a nota, “todos os questionamentos são fruto de ilações e já foram devidamente esclarecidos nos autos”. A defesa acrescentou que o deputado está à disposição das autoridades e mantém tranquilidade quanto à legalidade de seus atos no exercício do mandato.
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