O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta segunda-feira, 9, uma semana decisiva no julgamento que apura uma suposta tentativa de golpe para manter Jair Bolsonaro no poder após o fim de seu mandato. O ex-presidente e sete ex-integrantes do seu governo serão interrogados presencialmente. As audiências, conduzidas pelo ministro Alexandre de Moraes, estão sendo transmitidas ao vivo pela TV Justiça.
Mauro Cid, delator do caso, foi o primeiro a ser ouvido pelo Supremo. Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, ele é considerado uma das peças-chave na investigação.
Em um dos trechos, o ministro Luiz Fux perguntou a Mauro Cid se Bolsonaro chegou a assinar alguma minuta de estado de defesa ou estado de sítio. Cid respondeu: “Não, senhor. Em nenhum momento foi assinado”.
Estado de defesa e estado de sítio são medidas previstas na Constituição para situações graves, como ameaças à ordem pública ou à segurança do país. Elas permitem ao presidente restringir temporariamente certos direitos, mas dependem de comunicação (no caso do estado de defesa) ou autorização prévia do Congresso (no caso do estado de sítio).
Confira o trecho:
Em outro momento do depoimento, Mauro Cid implicou diretamente Jair Bolsonaro ao afirmar que o ex-presidente teve acesso e chegou a editar a minuta do golpe. Segundo Cid, Bolsonaro retirou do texto a prisão de algumas autoridades, mas manteve a ordem de detenção do ministro Alexandre de Moraes. O documento também previa a anulação das eleições de 2022 e a convocação de uma nova votação para a Presidência.
Confira:
Outro trecho do depoimento revelou que o hacker Walter Delgatti Neto, condenado pelo STF, se reuniu com Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada, em encontro articulado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Mauro Cid afirmou que chegou após o início da conversa, mas confirmou que, ao final da reunião, Bolsonaro teria pedido ao então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, que Delgatti fosse recebido para discutir possíveis vulnerabilidades das urnas eletrônicas.
Confira:
Os depoimentos seguem até sexta-feira (13) no STF. A redação do Epol acompanha as audiências e trará atualizações conforme os interrogatórios avançam.
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