Nesta segunda-feira, 21 de outubro de 2024, o delegado da Polícia Civil do Pará, Arthur Afonso Nobre de Araújo Sobrinho, foi oficialmente exonerado do cargo de Diretor de Seccional, com lotação na Polícia Civil do Estado, conforme publicado na Portaria nº 2.047/2024 da Casa Civil. A exoneração ocorre poucos dias após o delegado se entregar à Corregedoria da Polícia Civil, depois de ter sua prisão preventiva decretada pela Justiça.
A decisão de afastar Nobre do cargo vem à tona em meio à investigação conduzida pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (GAECO) e pela 2ª Promotoria de Justiça de Controle Externo da Atividade Policial de Belém. O delegado é acusado de envolvimento em um complexo esquema criminoso que inclui crimes de corrupção, estelionato, lavagem de dinheiro e associação criminosa. O juiz Heyder Ferreira, da Vara de Inquéritos, determinou sua prisão na última segunda-feira (14).
O esquema criminoso
Arthur Nobre teria recebido R$ 150 mil para favorecer uma rede criminosa e garantir a proteção de seus membros. De acordo com o Ministério Público, o dinheiro foi transferido por Diego Almeida Kós Miranda, ex-cartorário e um dos envolvidos, diretamente da conta de sua empresa, Atitude Incorporadora Ltda, e de sua conta pessoal para Andreza Maia de Souza, uma das cúmplices, supostamente a mando de Nobre. As investigações também indicam a participação de outro delegado, Carlos Daniel F. de Castro, que teria auxiliado nas ações para proteger a organização criminosa.
O caso ainda levanta suspeitas sobre o possível envolvimento de um membro do Ministério Público, que teria sido cooptado para impedir que a investigação chegasse ao GAECO. Conversas interceptadas entre Diego Miranda e seu pai, o advogado Silvio Kós Miranda, sugerem que esforços estavam sendo feitos para obstruir a investigação.
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