Defeso do mapará termina hoje e pescadores se reúnem no Rio Tocantins, em Cametá

Em média, somente no primeiro dia, segundo dados da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), são capturadas 150 toneladas de mapará somente em Cametá.  

O dia 1º de março é marcado no município de Cametá, na Região do Tocantins, pela tradição da pesca do mapará, programação que reúne moradores – em especial os pescadores e pescadoras – das comunidades localizadas ao longo do rio Tocantins. O evento, que iniciou com a entrega do mercado municipal de peixe localizado no distrito de Curuçambaba e culminou com a saída das embarcações para a captura do pescado.

O “Borqueio” – como é chamado o grande círculo de embarcações que apanha o mapará – marca a retomada da pesca na região do Tocantins, depois de quatro meses do período de defeso em que a pesca da espécie é proibida. Em média, somente no primeiro dia, segundo dados da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), são capturadas 150 toneladas de mapará somente em Cametá.  

Em seu pronunciamento, o governador Helder Barbalho (MDB) disse que foi uma satisfação muito grande poder prestigiar mais uma vez uma programação que já se tornou uma das maiores tradições do Estado. O governador esteve junto com autoridades e o prefeito de Cametá, Victor Cassiano (MDB).

Diretor de Pesca e Aqüicultura da Sedap, Orlando Lobato explicou que o mapará é um peixe de grande importância econômica reproduzido em água doce, bastante consumido pela população local e que pode chegar até 45 centímetro em média. “Tem uma importância não só como recurso pesqueiro, como culturalmente se identifica com os municípios da região, além de Cametá com Limoeiro do Ajuru, Igarapé-Miri, Oeiras do Pará e o Lago de Tucuruí, que é um dos maiores produtores de mapará”, ressaltou Lobato.

De acordo com Lobato, o período de defeso do mapará inicia anualmente no dia 01 de novembro e se estende até o final de fevereiro. “Ele é capturado nos oito meses do ano, mas no início de março ele é capturado de forma mais intensa; só no dia de hoje, são capturadas em média, 150 toneladas em 55 comunidades de Cametá, que fazem parte do acordo de  pesca, que é uma espécie de contrato entre a comunidade local que depois é transformada em Lei pelo Estado”, explicou Lobato. 

Ele observou que esse acordo é gerido pela Semas com a participação da Sedap, que é responsável pelo fomento aos trabalhadores e trabalhadoras, por meio da Diretoria de Pesca e Aqüicultura. “Esse dia de hoje é muito importante porque mexe com o comércio local, que é acionado pela captura e comercialização do mapará”, observou. 

Todos os municípios envolvidos tem uma tradição de doar para a população menos favorecida economicamente um percentual do quantitativo capturado durante o “Borqueio”. 

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