Um exemplo de sustentabilidade aplicada está ganhando forma na Vila da Barca, em Belém. O projeto Bamboost tem transformado o bambu amazônico — conhecido na região como taboca — em fonte de geração de renda, inclusão social e consciência ambiental, fortalecendo o protagonismo comunitário em um dos bairros mais tradicionais da capital paraense.
A iniciativa, que já reúne entre 50 e 60 participantes ativos, envolve principalmente jovens e mulheres em oficinas de produção artesanal. O carro-chefe do grupo é o cabide de bambu, produzido a partir de moldes padronizados de 40 centímetros. Mais do que um simples objeto, o produto simboliza uma nova forma de pensar o consumo e a sustentabilidade na Amazônia.
Sustentabilidade e oportunidade com a COP30
A coordenadora do projeto, Catiane, explica que a ideia surgiu com os preparativos para a COP30, que será realizada em Belém em 2025. “Muita gente vai precisar de hospedagem, e todo quarto precisa de cabide. Pensamos em transformar essa necessidade em uma oportunidade de mostrar o nosso trabalho e conversar diretamente com os turistas”, conta.
O grupo quer ir além da produção artesanal e estruturar uma pequena indústria de produtos feitos com bambu amazônico, aproveitando uma matéria-prima abundante e renovável. Até o momento, o projeto já formou cerca de 750 alunos em suas oficinas, fortalecendo a economia criativa local.
Terapia, aprendizado e renda
Mais do que uma alternativa econômica, o trabalho com o bambu também tem impacto emocional e social. “É uma terapia”, define Catiane. As participantes são descritas como “empenhadas, esforçadas e mão na massa”. O aprendizado estimula a autoestima, o convívio comunitário e o sentimento de pertencimento.
O Bamboost conta com apoio do Ministério do Trabalho e Emprego, consolidando-se como um exemplo de política pública que alia capacitação, inclusão e sustentabilidade.

“Qual cabide combina mais com a COP30?”
A resposta, dizem os participantes, está nas mãos de quem escolhe consumir de forma responsável.
Durante uma reportagem exibida pela TVC Pará, o repórter encerrou a matéria prometendo se juntar ao grupo para fazer o próprio cabide — um gesto simbólico que reflete o espírito do projeto: colocar a sustentabilidade em prática, com criatividade e participação coletiva.
Com o olhar voltado para o futuro, o Bamboost mostra que a bioeconomia pode nascer dentro das comunidades e se transformar em inspiração para o mundo que chega a Belém na COP30.










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