Custo da cesta básica em Belém sobe 5,14% em fevereiro, aponta DIEESE

Na comparação anual, entre fevereiro de 2024 e fevereiro de 2025, o custo da cesta básica subiu em 14 capitais

Valter Campanato/Agência Brasil

O valor da cesta básica em Belém registrou alta de 5,14% entre janeiro e fevereiro de 2025, conforme a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). O aumento na capital paraense reflete a tendência observada na maioria das cidades pesquisadas, com reajustes expressivos nas capitais do Norte e Nordeste.

No ranking das capitais com menor custo da cesta, Belém não figura entre as mais baratas. O menor valor médio foi registrado em Aracaju (R$ 580,45), seguido por Recife (R$ 625,33) e Salvador (R$ 628,80). Por outro lado, São Paulo continua liderando como a capital com a cesta mais cara do país, custando R$ 860,53, seguida pelo Rio de Janeiro (R$ 814,90) e Florianópolis (R$ 807,71).

Na comparação anual, entre fevereiro de 2024 e fevereiro de 2025, o custo da cesta básica subiu em 14 capitais. Em Belém, a alta foi de 5,14%, acompanhando as elevações mais expressivas registradas em Fortaleza (13,22%), Recife (6,29%) e Salvador (7,69%). Por outro lado, Porto Alegre (-3,40%), Rio de Janeiro (-2,15%) e Belo Horizonte (-0,20%) apresentaram redução nos preços.

Impacto no orçamento do trabalhador

Com a alta no preço dos alimentos, o trabalhador remunerado pelo salário mínimo nacional comprometeu, em fevereiro de 2025, cerca de 51,46% do rendimento líquido para adquirir os produtos básicos da cesta. Esse percentual é maior do que o registrado em janeiro (50,90%) e próximo ao verificado em fevereiro de 2024 (52,90%).

O tempo médio necessário para comprar a cesta em fevereiro foi de 104 horas e 43 minutos, maior do que as 103 horas e 34 minutos registradas em janeiro. Em fevereiro de 2024, a jornada média necessária foi ainda mais extensa, chegando a 107 horas e 38 minutos.

Salário mínimo necessário

Levando em conta a cesta mais cara do país, que em fevereiro foi a de São Paulo, e considerando as despesas básicas de uma família de quatro pessoas, o DIEESE estimou que o salário mínimo necessário deveria ser de R$ 7.229,32, equivalente a 4,76 vezes o piso vigente de R$ 1.518,00. O valor é superior ao necessário em janeiro (R$ 7.156,15) e em fevereiro de 2024 (R$ 6.996,36), evidenciando o impacto da inflação sobre o custo de vida dos brasileiros.

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