Corpos de imigrantes encontrados em Bragança são enterrados na Marambaia

O procedimento é de inumação, pois permite que, caso seja do interesse das famílias, possa ser exumado e sepultado em outro local. O caso escancara a grande crise humanitária que alguns países vivem no mundo, um dos maiores problemas do século XXI.

Reprodução/Redes Sociais. O sepultamento dos corpos está sendo realizado em um cemitério no bairro da Marambaia.

Os nove corpos encontrados em barco africano à deriva foram enterrados em cerimônia laica, promovida pelas instituições que participaram do resgate, como a Polícia Federal, Marinha do Brasil, Polícia Militar, Instituto Médico Legal (IML), Corpo de Bombeiros e Polícia Civil e membros do governo do Estado.

Reprodução/Redes Sociais. Sepultamento dos imigrantes africanos.

O local escolhido para o sepultamento foi o Cemitério São Jorge, localizado no bairro da Marambaia, em Belém. Durante a cerimônia, começou a chover no local.

O procedimento é de inumação, pois permite que, caso seja do interesse das famílias, possa ser exumado e sepultado em outro local.

Segundo os documentos encontrados, a PF identificou que se tratam de pessoas migrantes da região da Mauritânia e de Mali, na África, não descartando a possibilidade de algumas serem de outras nacionalidades. O processo de identificação dos corpos teve início na noite do último dia 15 deste mês.

Reprodução/Redes Sociais. Covas sendo cavadas no Cemitério São Jorge, na Marambaia.

Nenhuma vítima identificada

Até o momento, nenhuma vítima foi identificada. A Polícia Federal mantém contato permanente, via Interpol, com entidades internacionais, enquanto a perícia é feita no Instituto Nacional de Criminalística (INC), em Brasília.

Entenda o caso

O barco com um total de oito corpos foi encontrado por pescadores à deriva no dia 13 deste mês, em uma área conhecida como Barra do Quatipuru, próxima à praia de Ajuruteua, em Bragança. Outro corpo foi localizado próximo à embarcação, mas a PF acredita que faça parte do mesmo grupo, totalizando nove mortos.

Divulgação/Polícia Federal. Capas dos mortos ao lado do barco de imigrantes.

Problema humanitário

Desde 2014, 56.771 pessoas morreram em todo o mundo tentando imigrar para outro país. Desse total, nada menos que 27.565 perderam sua vida no Mediterrâneo, quase o mesmo número de todas as outras regiões do globo somadas (29.206). As mortes , geralmente ocorridas com pessoas que vislumbram uma vida melhor em outros países, sobretudo da Europa, estão entre os maiores problemas humanitários do século.

O caso do menino Alan Kurdi, de apenas 3 anos, que foi que foi fotografado morto no balneário turco de Bodrun, em setembro de 2015, ganhou repercussão internacional e chamou atenção para a gravidade da crise migratória.

Reuters. Alan Kurdi foi fotografado após morrer afogado na tentativa de atravessar o Mediterrâneo

No ano de 2023, mais de 2,5 mil pessoas morreram ou desapareceram ao tentar cruzar o Mar Mediterrâneo para chegar à Europa, informou o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR, na sigla em português), uma expressiva alta comparada ao número registrado no mesmo período do ano passado, que foi de mais de 1,6 mil pessoas.

Leia também: