Cerca de 30 portais digitais falsos foram identificados, simulando informações sobre a COP 30 em Belém, com o propósito de aplicar golpes contra internautas. As páginas fraudulentas utilizavam temas como trabalho voluntário e ofertas de hospedagem para atrair o público, visando o roubo de dados e crimes cibernéticos no contexto do evento.
Para João Brasio, especialista em cibersegurança e CEO da Elytron, a proliferação desses golpes reflete uma deficiência cultural na segurança digital, mais do que uma falha estritamente tecnológica. O especialista ressalta que, apesar de o país possuir empresas de ponta, a atenção e os processos digitais do dia a dia ainda precisam evoluir e se consolidar entre a população.
A fragmentação regulatória no Brasil é apontada como um ponto fraco, onde cada setor segue suas próprias normas, dificultando uma resposta unificada contra as ameaças. Por isso, é essencial uma coordenação mais eficaz entre o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), a Polícia Federal e o setor privado para fortalecer a capacidade de reação a incidentes na região Norte.
A base para a defesa cibernética sustentável reside, fundamentalmente, na educação digital, atingindo desde o cidadão comum paraense até as lideranças de grandes instituições e do setor público. A segurança é vista como um ecossistema, o que significa que a fragilidade de qualquer componente pode expor toda a cadeia a vulnerabilidades, exigindo investimento contínuo e não apenas pontual.
Em eventos de grande visibilidade, como a Conferência do Clima na capital paraense, alguns pontos específicos se tornam alvos prioritários, incluindo os sistemas de credenciamento das delegações e os serviços de tradução online. Além disso, a cobertura midiática internacional e as plataformas de streaming exigem monitoramento em tempo real e alto nível de criptografia para evitar a disseminação de mensagens falsas durante a conferência.
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