COP30: Marcha pelo Clima vai às ruas de Belém neste sábado - Estado do Pará Online

COP30: Marcha pelo Clima vai às ruas de Belém neste sábado

Mobilização deste sábado reúne milhares de ativistas e lança carta com reivindicações sobre clima, territórios e financiamento para transição justa.

O quinto dia da COP30, em Belém, foi marcado por mais uma grande manifestação de povos indígenas na entrada da Zona Azul, área oficial das negociações diplomáticas. Enquanto representantes de diversos países discutiam acordos climáticos no interior do espaço, o presidente da conferência, André Corrêa do Lago, dialogava com lideranças indígenas do lado de fora.

A mobilização ocorre às vésperas da Marcha Mundial pelo Clima, que toma as ruas da capital paraense neste sábado (15). A expectativa é de que milhares de integrantes de movimentos sociais, redes ambientais e ativistas internacionais participem do ato, considerado um dos mais expressivos da programação paralela da COP30.

Marcha reunirá movimentos da Cúpula dos Povos e COP das Baixadas

O evento é organizado em conjunto por integrantes da Cúpula dos Povos e da COP das Baixadas, que acompanham a conferência dialogando com comunidades tradicionais e populações que vivem diretamente os impactos da crise climática. De acordo com os organizadores, a marcha deve reunir representantes de todos os continentes, além de forte presença de grupos paraenses.

Ao final do ato, será lançada uma carta pública com reivindicações como:

  • demarcação de territórios indígenas e tradicionais;
  • financiamento direto para uma transição justa rumo a uma economia de baixo carbono;
  • políticas eficazes de adaptação climática;
  • ações concretas para reduzir emissões de gases de efeito estufa.

Participação intensa da sociedade civil em Belém

Depois de edições recentes realizadas em países com baixa participação social e limites à liberdade de expressão, a COP30 em Belém marca o retorno da sociedade civil ao centro do debate climático.

Durante a semana, manifestações diversas ocuparam ruas e espaços próximos ao evento. Em um dos protestos, indígenas e ativistas chegaram a entrar em confronto com seguranças na entrada da Zona Azul.

Populações extrativistas também realizaram marchas cobrando reconhecimento por seu papel na defesa da floresta. E um grupo de indígenas Munduruku, pressionados pelo avanço do garimpo e do agronegócio no oeste do Pará, conseguiu se reunir com autoridades brasileiras após protestar na porta da conferência.

Cultura paraense marcará ato deste sábado

A marcha terá forte componente cultural. Estão previstas ações como oficinas de estandartes e cartazes, apresentação de bonecos infláveis com personagens do Comitê da COP30 e o Cortejo Visagento, que destaca figuras do folclore paraense, incluindo o Curupira, guardião das matas.

O tema escolhido neste ano — “Lutar e Resistir contra os Predadores da Vida Disfarçados de Progresso” — faz referência aos impactos ambientais e sociais das catástrofes climáticas.

A concentração será no Mercado de São Brás, e o percurso encerra na Aldeia Amazônica, onde lideranças indígenas, movimentos amazônicos, organizações nacionais e internacionais, representantes do poder público e do setor privado devem se unir em defesa da justiça climática.

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