A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos líderes da COP30 a Belém (PA), na semana passada, teve como principal objetivo tranquilizar delegações e participantes sobre a preparação da cidade para sediar o maior evento climático do mundo, em novembro de 2025.
Apesar do otimismo do governo federal, a hospedagem ainda é o principal desafio. Segundo o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, mais de 55 mil pessoas já se inscreveram para participar da conferência. O número é expressivo diante do histórico das COPs, embora menor que o da COP28 de Dubai, que reuniu cerca de 100 mil credenciados.
Corrêa do Lago reconheceu que muitos participantes enfrentam dificuldades com reservas de hotéis, principalmente pelos preços elevados. “Belém vai estar prontíssima, a estrutura está esplêndida. Mas, infelizmente, muita gente está desistindo de vir por causa do preço de hotel”, afirmou. O diplomata explicou que o foco agora é garantir hospedagem acessível para o maior número possível de delegações, cientistas, empresários, gestores públicos e jornalistas. Até o momento, 162 delegações já reservaram hospedagem.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), anunciou que o governo acionará a Justiça contra hotéis que estejam cobrando valores considerados abusivos. Há casos de estabelecimentos que elevaram as diárias em até 30 vezes durante o período da COP30.
Mesmo com o impasse, Lula mantém o otimismo. O presidente afirmou que o evento “não será esvaziado” e que o governo está tratando da situação “com carinho”. Entre as medidas anunciadas estão a construção de novos hotéis e a contratação de dois navios para funcionar como hospedagem flutuante, oferecendo entre quatro e cinco mil quartos adicionais.
Durante a visita, a comitiva presidencial inspecionou locais que serão centrais nas atividades da conferência, como o Parque da Cidade — onde funcionarão as Zonas Azul e Verde da COP30 —, além das obras de macrodrenagem do Canal da União, o Porto Futuro II, o Museu das Amazônias e o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, que será o primeiro espaço dedicado a startups e cadeias produtivas sustentáveis da região.
Paralelamente aos preparativos estruturais, o governo federal planeja lançar uma campanha nacional contra os incêndios florestais, buscando reduzir os focos de queimadas — que aumentam justamente no período seco e poderiam impactar negativamente a imagem do país durante a conferência em Belém.
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