Restando menos de três meses para a COP30, em Belém, apenas 39 países confirmaram reservas na plataforma oficial de hospedagem do governo federal. Outros oito — Egito, Espanha, Portugal, República do Congo, Cingapura, Arábia Saudita, Japão e Noruega — fecharam acomodações por fora. No total, 47 delegações já têm hospedagem garantida, de um universo de 196 esperadas para a conferência do clima da ONU, entre 10 e 21 de novembro.
A secretária executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, descartou qualquer possibilidade de mudança da cidade-sede e destacou que o governo brasileiro vai criar uma força-tarefa para auxiliar diretamente na negociação de hospedagens. “O governo brasileiro deixou claro que não há nenhuma condição de mudança de cidade sede”, afirmou.
A falta de leitos e os preços exorbitantes das diárias, que em alguns casos ultrapassaram R$ 1 milhão, levaram 29 países a assinarem uma carta pedindo a transferência da conferência para outra cidade. O governo, no entanto, garante que Belém está preparada.
Segundo a organização, mais de 2,6 mil quartos já estão disponíveis na plataforma oficial, com diárias de até US$ 600. Outras medidas estão em andamento, como adaptação de escolas em formato de albergues e uso de navios para hospedagem temporária.
Na reunião desta sexta-feira (22) com a UNFCCC, braço climático da ONU, o Brasil rejeitou a proposta de subsidiar delegações estrangeiras e defendeu que a entidade amplie o auxílio dado aos países em conferências. Atualmente, o valor fixado para Belém é de US$ 144, enquanto em Bonn, na Alemanha, chega a US$ 400. “Não cabe aos brasileiros subsidiar delegações de países, inclusive mais ricos do que o Brasil”, reforçou Belchior.
O secretário extraordinário da COP30, Valter Correia, afirmou que o plano de segurança foi aprovado pela ONU e que a rede de saúde pública brasileira dará suporte aos participantes. Ele garantiu que a oferta de leitos não será um problema, mesmo se o evento se estender além das datas previstas.
A força-tarefa anunciada contará com membros dos Ministérios das Relações Exteriores, Turismo, Meio Ambiente e da secretaria da COP. A prioridade será auxiliar países mais pobres, considerados os mais afetados pela crise de hospedagem.
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