Construção da Avenida Liberdade em Belém gera repercussão internacional e divide opiniões

Enquanto o governo do Pará defende a sustentabilidade da obra, comunidades locais e ambientalistas questionam impactos socioambientais e falta de transparência

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A construção da Avenida Liberdade, em Belém, voltou a ganhar destaque, desta vez no cenário internacional. Em matéria publicada pela OneStopESG, a polêmica envolvendo a estrada, que atravessa áreas de floresta protegida, foi apresentada como um contrassenso diante da realização da COP30 na capital paraense, evento mundial dedicado à preservação do meio ambiente.

O Governo do Pará, apesar de afirmar que a avenida não integra o pacote de obras da COP30 e que o projeto teve início em 2020, antes da escolha de Belém como sede da conferência climática, recebe críticas que apontam incoerências. A Secretaria de Infraestrutura divulgou nota no último dia 13 de março, garantindo que o traçado da obra respeita áreas já desmatadas, conta com licenciamento ambiental regular e prevê medidas de mitigação como ciclovias, energia solar e passagens para a fauna local.

A matéria da OneStopESG relata a indignação de ambientalistas e moradores, que denunciam a derrubada de vegetação nativa e o comprometimento de habitats. Comunidades quilombolas próximas ao canteiro de obras afirmam que a técnica de correntes de arraste usada tem ferido animais silvestres, que passaram a invadir áreas residenciais. Também há queixas quanto à falta de transparência na destinação do material retirado da floresta.

De acordo com o governo estadual, a obra de 13 km beneficiará mais de 2 milhões de pessoas na Região Metropolitana de Belém, sem envolver a retirada de moradores e com infraestrutura que melhorará a qualidade de vida. A gestão estadual ainda questiona a abordagem de veículos internacionais, como a BBC, que teriam ignorado informações técnicas repassadas pela própria secretaria.

Por outro lado, líderes comunitários e manifestantes argumentam que as intervenções não levaram em conta as realidades locais e que, apesar das audiências públicas mencionadas, as decisões teriam sido tomadas sem escuta efetiva. A discussão, agora em evidência fora do Brasil, tende a crescer à medida que a COP30 se aproxima e Belém se transforma para receber o evento.

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