Conselho Indígena Tapajós Arapiuns pede doações para indígenas que protestam na BR-163

Povos indígenas de diversas etnias do estado, profissionais da educação e movimentos populares estão desde o dia 16 de janeiro paralisando o tráfego de veículos na BR-163, na altura do município de Belterra, no Território Indígena Munduruku Takauara e Bragança.

Foto: Movimento Tapajós Vivo

O Conselho Indígena Tapajós Arapiuns iniciou uma campanha de arrecadação para apoiar os indígenas que participam do bloqueio da BR-163, em Santarém, como forma de resistência contra mudanças na educação indígena no Pará.

“Ajude a fortalecer a luta! Estamos arrecadando doações para apoiar os parentes do movimento indígena do Baixo Tapajós que estão na linha de frente, fechando a BR-163 em defesa de seus direitos. Sua contribuição é essencial para garantir apoio e resistência. Faça parte dessa causa!”, declarou o conselho em suas redes sociais.

Decisão judicial determina desocupação com uso da força

Na última terça-feira (28), o juiz federal Felipe Gontijo Lopes determinou a desocupação da BR-163, na altura do km 922, atendendo a uma ação movida pela Advocacia-Geral da União (AGU). A decisão também autoriza a presença de todas as forças policiais locais, permitindo o uso da força para cumprir a ordem judicial.

Para os povos indígenas, a decisão representa um desrespeito ao direito de manifestação, intensificando os protestos que ocorrem desde 16 de janeiro. O bloqueio acontece no trecho da BR-163 que passa pelo município de Belterra, dentro do Território Indígena Munduruku Takauara e Bragança.

A mobilização reúne indígenas de diversas etnias, profissionais da educação e movimentos populares, que reivindicam a revogação da Lei 10.820/2024 e a exoneração do secretário de Educação do Pará, Rossieli Soares.

Protesto contra mudanças na educação indígena

Os manifestantes contestam a nova legislação estadual, sancionada em dezembro de 2024, que altera o modelo de ensino indígena no Pará. A lei prioriza o ensino a distância, através do Centro de Mídias da Educação Paraense (Cemep), em substituição ao ensino presencial do Sistema Modular de Ensino (Some), que atende comunidades tradicionais.

O impasse entre o governo estadual e os povos indígenas segue sem acordo, enquanto os manifestantes resistem à ordem de desocupação da rodovia.

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