Comércio brasileiro tem leve alta de 0,2% em agosto e interrompe sequência de quedas - Estado do Pará Online

Comércio brasileiro tem leve alta de 0,2% em agosto e interrompe sequência de quedas

IBGE aponta estabilidade após quatro meses de recuo; setor acumula alta de 2,2% em 12 meses, mas com ritmo mais lento

As vendas do comércio varejista cresceram 0,2% em agosto, na comparação com julho, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado interrompe uma sequência de quatro meses consecutivos de queda, mas é considerado um movimento de estabilidade pelo instituto, por estar abaixo de 0,5%.

De acordo com o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, o resultado “mostra que parou de cair”, sem representar uma virada na tendência observada ao longo do primeiro semestre. O setor ainda opera 0,7% abaixo do pico registrado em março deste ano, mas permanece 9,4% acima do nível pré-pandemia, medido em fevereiro de 2020.

Entre os oito segmentos analisados, cinco apresentaram alta na passagem de julho para agosto. O melhor desempenho foi o de equipamentos e materiais de escritório, informática e comunicação, com avanço de 4,9%, impulsionado pela desvalorização do dólar. Em seguida vieram tecidos, vestuário e calçados (1%), artigos farmacêuticos (0,7%), móveis e eletrodomésticos (0,4%) e supermercados (0,4%).

Já os setores de livros, jornais e papelaria (-2,1%), combustíveis e lubrificantes (-0,6%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,5%) registraram retração. Santos destacou que a inflação negativa em agosto (-0,11%) e o aumento de 1,5% no volume de crédito para pessoas físicas contribuíram para conter a queda do consumo, mesmo com juros ainda elevados.

No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, materiais de construção e produtos alimentícios, as vendas cresceram 0,9% no mês e acumulam alta de 0,7% em 12 meses. O IBGE informou ainda que não há sinais de impacto do tarifaço americano sobre os resultados. O desempenho do varejo ocorre em meio a uma leve recuperação da economia: a indústria cresceu 0,8% e o setor de serviços avançou 0,1% em agosto.

Leia também: