Inicia-se nesta segunda-feira (19), no Fórum da Cidade Velha, em Belém, o julgamento de 14 detentos suspeitos de matar três presos de facção rival dentro do Centro de Recuperação de Redenção, no sudeste do Pará. O crime ocorreu em 12 de maio de 2019, durante uma rebelião que deixou feridos e manteve cinco reféns.
Segundo o Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), todos os réus estão custodiados e aguardavam a data do júri. A acusação será conduzida pelos promotores Nadilson Portilho Gomes, Edson Augusto Souza e Gerson Silveira, sob a presidência do juiz Cláudio Hernandes Silva Lima. Devido ao grande número de oitivas, não há previsão para o término das sessões, que poderão se estender por vários dias.
Conforme apurou a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe), o motim teve início durante um conflito entre facções rivais. O alvo principal foi Marco Aurélio Fileski, o “Baiano”, ex-detento transferido da Bahia sob acusação de homicídio. Ele estava em cela isolada por estar sob risco de retaliação. Outros dois internos foram mortos no mesmo episódio, um deles sob suspeita de ter ceifado a vida do irmão de um líder de facção adversária.
Durante a rebelião, cinco presos foram feitos reféns, mas foram libertados após negociações com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Promotoria, o juiz de Redenção e diretores da unidade. Após o controle da situação, agentes prisionais, com apoio da Polícia Militar, realizaram revista minuciosa e recontagem dos detentos.
O julgamento em Belém marca um passo importante na responsabilização pelos crimes ocorridos dentro do sistema prisional paraense e reforça o acompanhamento do TJPA e das autoridades de segurança sobre casos de violência interna.
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