Com soco e discussões acaloradas, PSOL rejeita aliança com MDB e demais partidos de Centro e Direita

A decisão nacional do PSOL joga uma pá de cal na proposta do partido ter alguém do MDB como vice de Edmilson Rodrigues, na candidatura para reeleição a prefeito de Belém, inviabilizando assim o estreitamento da relação entre o prefeito e o governador Helder Barbalho. A decisão ocorreu no fim do Congresso nacional do Psol, que elegeu os novos dirigentes nacionais do partido.

Congresso Nacional do PSOL
Congresso Nacional do PSOL

Como resultado do 8º Congresso Nacional do PSOL, o partido aprovou neste sábado (30), uma resolução relativa à estratégia eleitoral para as eleições municipais de 2024. A orientação dada aos diretórios municipais é a de formar coalizões eleitorais com partidos de orientação de esquerda e centro-esquerda, sempre que a situação política local assim exigir, com o propósito de derrotar candidatos vinculados ao bolsonarismo.

Os dirigentes destacaram que, apesar do crescente isolamento político e social, o bolsonarismo ainda não foi completamente derrotado. Portanto, eles consideram que a estratégia de unidade das forças progressistas utilizada nas eleições de 2022 continua relevante.

Além disso, o texto aprovado enfatiza que é responsabilidade do PSOL contribuir para que essas coalizões eleitorais promovam um programa que inclua a expansão dos direitos, a valorização dos servidores públicos e professores municipais, a defesa da democracia, o combate à agenda neoliberal, a preparação das cidades para enfrentar e prevenir desastres climáticos, o aumento da participação popular e a oposição à extrema-direita.

O Congresso do PSOL também decidiu que, em conjunto com a Fundação Lauro Campos-Marielle Franco, o Diretório Nacional promoverá uma nova edição do projeto “Direito ao Futuro” no primeiro semestre de 2024, com o objetivo de fornecer suporte e subsídios aos diretórios municipais do PSOL.

Foto: Felipe Iruatã

FORA DE GOVERNOS GOLPISTAS

Em abril deste ano, o Diretório Nacional do PSOL aprovou uma resolução que reforça a proibição da participação do partido em governos estaduais associados à base de apoio do bolsonarismo e ao projeto da extrema-direita, bem como com partidos de orientação neoliberal de direita.

Segundo o site do PSOL, essa resolução foi adotada com o objetivo de preservar a autonomia organizacional do partido. “Mesmo que porventura filiados do PSOL ocupem cargos em governos com essas características, isso não implica nem autoriza a participação do partido estadual nesses espaços”, explica a matéria.

Segue abaixo o texto completo da resolução aprovada:

Em consonância com o escopo de alianças previamente estabelecido pela Federação PSOL-REDE, através de uma resolução aprovada durante a Assembleia Geral realizada em 9 de junho de 2022, o PSOL reitera sua posição de não integrar, seja em âmbito nacional ou estadual, governos que não sejam oposição ao bolsonarismo e aos partidos que sustentam seu projeto político.

Nesse sentido, reforça de forma enfática a seguinte proibição:

  • Abstenção de participação em governos estaduais que contem com partidos alinhados à base de apoio de Bolsonaro, tais como PL, PP, PR, PTB, PSD, dentre outros.
  • Recusa de participação em governos estaduais associados a partidos historicamente vinculados à orientação neoliberal de direita, como MDB, PSDB, União Brasil, Podemos, Avante, Novo.

Nessa perspectiva, orienta a sua militância a não se envolver em governos com essas características.

É importante ressaltar que o PSOL mantém inalterada sua autonomia organizacional. A eventual presença de filiados em governos com essas características não implica nem autoriza a participação do partido estadual nesses espaços.

CONFUSÃO ACABA EM SOCO

Durante o evento, ocorreu uma confusão e um filiado do partido desferiu um soco em outro enquanto estavam no palco. A discordância teve origem a partir de debates acalorados de divergências entre grupos do partido, relacionados à competição por cargos de liderança na hierarquia da agremiação. No momento da agressão, um homem adentrou o palco e atingiu fisicamente outra pessoa com um soco.

O agressor é membro da Comissão Executiva do partido no Rio de Janeiro e ocupa uma posição no gabinete do deputado Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ). O partido emitiu uma declaração informando que está conduzindo uma investigação interna sobre o incidente.